Brasil, 10 de agosto de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Brasil reforça alvo na OMC contra tarifa de Trump sobre exportações

Governo brasileiro busca respostas na OMC para tarifas de Trump, enquanto negocia redução de impactos a setores afetados

O governo brasileiro deu um passo importante na defesa de suas exportações ao publicar, nesta terça-feira (5), uma resolução que permite ao Ministério das Relações Exteriores acionar a Organização Mundial do Comércio (OMC) contra os tarifões impostos pelos Estados Unidos. A medida foi assinada pelo vice-presidente e presidente do Conselho de Ministros da Câmara de Comércio Exterior (Camex), Geraldo Alckmin.

Brasil aciona mecanismo na OMC contra tarifa de Trump

De acordo com o texto oficial, o ministério poderá recorrer ao mecanismo de solução de controvérsias (SSC) da OMC “acerca de medidas tarifárias impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros”. A iniciativa ocorre após o Conselho de Ministros da Camex aprovar, na noite desta segunda-feira (4), a entrada do Brasil na consulta do órgão internacional para contestar a sobretaxa de 50% prevista para começar nesta quarta-feira (6).

Geraldo Alckmin afirmou que a decisão ainda depende de aval do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que determinará o momento e a forma de acionar oficialmente a organização. “O conselho de ministros da Camex aprovou o Brasil entrar com a consulta na OMC. Então está aprovado pelo Conselho de Ministros da Camex, e agora o presidente Lula vai decidir como fazê-lo e quando fazê-lo”, declarou.

Impacto das tarifas e negociações em andamento

Estima-se que cerca de 35% das exportações brasileiras para os Estados Unidos estejam cobertas pela sobretaxa de 50%, prevista para o início desta semana. Produtos mais importados pelos americanos, como suco de laranja e minérios, ficaram de fora do tarifão, enquanto carne, café, frutas e móveis estão incluídos na lista de setores atingidos.

Alckmin destacou que o desafio atual é trabalhar para reduzir essa alíquota ou excluir setores específicos do tariffão. “Já fizemos uma reunião com o setor do agro e vamos fazer outra amanhã. Estamos ouvindo os setores e trabalhando para defender os interesses do Brasil”, afirmou o vice-presidente, que também falou sobre a busca por novos mercados, com possibilidades na União Europeia e no Reino Unido, superando bloqueios sanitários.

Reações dos setores e medidas de apoio

Para empresários, a resposta do governo ainda não atende às expectativas. Eduardo Lobo, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Pescado (Abipesca), considerou a reunião como “mais do mesmo”. Segundo ele, não houve medidas eficazes para mitigar os prejuízos às equipes de pesca e produção.

O setor reivindica uma linha de crédito de baixo custo para manter empregos e evitar a paralisação da produção. Alckmin afirmou que o plano de contingência está em fase final de elaboração e será divulgado em breve, garantindo que “quando resolver, paga-se na hora, com PIX”.

Iniciativas do governo para mitigar impactos

Nesta segunda, o governo lançou o programa “Acredita Exportação”, que devolve 3% do valor das exportações de pequenas empresas. Alckmin explicou que a proposta é ampliar esse benefício às demais companhias afetadas pelos tarifões.

Além disso, o ministro comentou sobre o investimento de R$ 2,4 bilhões em compras públicas de equipamentos de saúde, com prioridade para produtos nacionais, uma das ações do plano de contingência. Segundo ele, medidas adicionais, como a contratação de alimentos perecíveis pelo governo, também estão sendo estudadas.

Perspectivas e próximos passos

O governo brasileiro reafirmou seu compromisso de defender os interesses comerciais do país perante os Estados Unidos, ao mesmo tempo em que busca ampliar mercados internacionais. A decisão de acionar a OMC deve ser tomada em breve, após o aval final do presidente Lula, com o objetivo de pressionar Washington a reconsiderar a sobretaxa e evitar prejuízos adicionais à economia brasileira.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes