O presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Raul Jungmann, afirmou nesta terça-feira que uma eventual negociação entre Brasil e Estados Unidos envolvendo minerais críticos precisaria ampliar a lista de produtos brasileiros isentos da tarifa de 50% imposta por Donald Trump, que entra em vigor nesta quarta-feira. O setor mineral brasileiro prevê que essa medida impactará em até 24,4% das exportações aos EUA.
Perspectivas de negociação para minerais críticos
Segundo Jungmann, o Brasil possui reservas significativas de minerais essenciais à tecnologia, defesa e transição energética, como cobre, níquel, lítio, nióbio, zinco e terras raras. No entanto, destacou que, até o momento, não há negociações em curso com o governo americano nem conversas formais sobre o tema. “Se fosse consultado, diria que um acordo deve incluir transferência de tecnologia, investimentos e diversificação da pauta exportadora”, afirmou.
Impacto da sobretaxa e principais produtos afetados
O levantamento do Ibram aponta que a sobretaxa de 50% no setor mineral afetará 24,4% das vendas para os EUA, com destaque para alumínio, caulim, cobre e manganês. Os minerais que representam 75,6% das exportações, como ferro, nióbio, ouro e pedras ornamentais, não serão atingidos. No primeiro semestre, o setor mineral brasileiro faturou R$ 21,6 bilhões, com uma alta de 41,6% frente ao mesmo período de 2024, quando arrecadou R$ 15,2 bilhões.
Cenário econômico e projeções de investimentos
Os minerais críticos têm papel estratégico na balança comercial do Brasil. O setor também exportou cerca de 192,5 milhões de toneladas de minerais, representando US$ 20,1 bilhões, um aumento de 3,7%. As vendas de minerais críticos totalizaram 3,58 milhões de toneladas, equivalentes a US$ 3,64 bilhões. Para o período de 2025 a 2029, a estimativa de investimentos em projetos do setor chega a US$ 68,4 bilhões, dos quais US$ 18,45 bilhões são destinados a minerais críticos.
Geração de emprego e distribuição regional
O setor mineral brasileiro emprega atualmente 226 mil trabalhadores diretos, com geração de mais de 5 mil postos de trabalho de janeiro a junho de 2025. Minas Gerais, Pará e Bahia lideraram o faturamento no primeiro semestre, com participação de 39,7%, 34,6% e 4,8%, respectivamente.
Futuro das negociações e possibilidades de parceria
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou na segunda-feira que há potencial para um acordo de cooperação entre Brasil e Estados Unidos sobre minerais críticos. Gabriel Escobar, encarregado de negócios da embaixada americana em Brasília, declarou que os EUA demonstram interesse em acesso a esses recursos, enquanto Jungmann reforça que uma negociação deve ser feita entre os governos, não com o setor privado.
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