Após a ordem de prisão domiciliar decretada em 4 de setembro, o clima em torno do ex-presidente Jair Bolsonaro é de preocupação. Desde que começou a usar uma tornozeleira eletrônica em julho, aliados têm notado oscilações no estado emocional do capitão reformado, o que levantou alertas sobre sua saúde mental. Relatos de correligionários do PL indicam que suas condições têm se agravado, especialmente à noite, quando ele se sente mais isolado e angustiado devido à proibição de sair de casa.
Os efeitos da nova medida cautelar
Com a determinação de não poder deixar sua residência em qualquer momento, aliados e familiares relatam que Bolsonaro se mostra mais abalado, especialmente depois das 19h – horário em que passou a enfrentar essas restrições. “Ele já se referia às medidas que o proibiram de deixar Brasília e a sair de casa como prisão”, explicou um assessor que convive com o ex-presidente diariamente. Essa sensação de encarceramento tem contribuído para o aumento da angústia emocional do ex-mandatário.
Preocupação com a saúde mental
A situação tem gerado uma onda de preocupação entre seus aliados, que temem que o confinamento possa levar a um quadro de depressão na figura de Bolsonaro. Os familiares reportam que as interações com parlamentares e eventos públicos são aspectos que animam o ex-presidente. “As atividades fora de casa e a interação com as pessoas sempre foram importantes para ele, e agora, com esse cenário, vemos um grande impacto em seu estado emocional”, disse um membro próximo da família.
Contexto e reações antes da prisão domiciliar
Pouco antes do anúncio da medida cautelar, Bolsonaro estava em um momento relativamente otimista, celebrando manifestações de apoio que ocorreram no domingo anterior. Segundo relatos, ele não tinha ideia de que a prisão domiciliar seria determinada, o que pegou a todos de surpresa, intensificando ainda mais a preocupação sobre seu bem-estar psicológico. Um deputado estadual, Lucas Bove (PL-SP), enfatizou que o ex-presidente recusou até mesmo tirar uma foto com a tornozeleira à mostra, o que denota seu desconforto com a situação atual.
Com o aumento das visitas de aliados e o constante monitoramento da sua saúde mental, a expectativa agora é de que a equipe próxima possa ajudá-lo a lidar com esse novo capítulo em sua vida. As visitas de amigos e correligionários têm sido essenciais para manter algum ânimo, mas muitos se perguntam se isso será suficiente para enfrentar esse momento desafiador.
Olhares no futuro
Enquanto a situação se desenrola, a grande questão é como Bolsonaro irá se adaptar a esse novo normal. As atividades políticas, que sempre foram seu forte, estão limitadas e isso pode ter repercussões significativas em sua carreira e em sua relação com seus apoiadores. Existe um clamor por uma recuperação não apenas política, mas também emocional, pois é evidente que as pressões estão atingindo uma figura que, por muito tempo, foi vista como inabalável.
No cenário atual, resta aos aliados e à família do ex-presidente encontrar maneiras de apoiar sua recuperação emocional, enquanto ele lida com as consequências de sua situação legal e as restrições que vem enfrentando. O que se observa é uma luta interna que pode carregar consequências profundas não apenas para Bolsonaro, mas também para a sua base política.