Brasil, 5 de agosto de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

União Progressista critica discurso de Lula sobre Estados Unidos

A federação entre União Brasil e Progressistas expressa preocupação com a retórica de Lula em relação ao dólar e aos EUA.

A União Progressista, federação formada pelo União Brasil e o Progressistas, utilizou uma nota oficial na última segunda-feira para rebater as declarações feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em um encontro do PT em Brasília. Este episódio ilustra a relação tensa que as legendas têm com o governo petista, apesar de ocuparem cargos no primeiro escalão da administração atual.

Preocupação com a retórica de Lula

A federação manifestou “profunda preocupação” com as declarações do presidente, que acusou os Estados Unidos de interferência em golpes de estado no Brasil e repetiu a proposta de criar uma moeda alternativa ao dólar para transações internacionais. Segundo a União Progressista, tal postura “está longe de contribuir” para a solução da crise tarifária que o Brasil enfrenta atualmente.

“Nesse contexto, adotar uma retórica confrontacional, que remete a eventos históricos sem foco em soluções práticas, compromete a capacidade do Brasil de negociar com pragmatismo e buscar acordos que minimizem o impacto dessas tarifas”, destacou a nota da federação. Eles alertaram que “declarações inflamadas e a evocação de conflitos passados arriscam isolar o Brasil em um momento em que a cooperação internacional é essencial”.

A proposta de uma moeda alternativa

No encontro nacional do PT, que ocorreu no último domingo, Lula reforçou a necessidade da criação de uma moeda alternativa ao dólar para facilitar as negociações com outros países. Essa proposta, no entanto, gerou reações negativas, tanto da oposição quanto de aliados do governo.

Citando a necessidade de independência monetária, Lula declarou: “Eu não vou abrir mão de achar que a gente precisa procurar construir uma moeda alternativa para que a gente possa negociar com os outros países. Eu não preciso ficar subordinado ao dólar.” Apesar de suas convicções, o presidente ressaltou que deseja continuar o diálogo com os EUA.

O passado e o futuro nas relações Brasil-EUA

Lula também lembrou que não se esquece do passado — mencionando o envolvimento dos EUA em golpes que afetaram o Brasil — mas enfatizou que o foco deve estar no futuro. “O que eu quero saber é daqui para frente o que eu faço? E daqui para frente eles têm saber que nós temos o que negociar”, afirmou o presidente, ressaltando a importância da postura de respeito na negociação, dada a dimensão econômica e política do Brasil.

Segundo Lula, “eles têm que saber que nós temos o que negociar. Nós queremos negociar igualdade de condições”. Ele criticou o que considera uma desvalorização do Brasil, enfatizando que o país não deve ser tratado como “uma republiqueta”.

A relação entre o União Progressista e o governo Lula

No âmbito da administração, o União Brasil tem três ministérios sob sua responsabilidade no governo Lula: os ministérios do Turismo, Integração Nacional e Comunicações, enquanto o Progressistas dirige o Ministério do Esporte. Apesar de sua participação no governo, as legendas têm expressado críticas ao presidente, o que vem gerando tensões cada vez maiores.

Recentemente, Lula convocou os ministros do União Brasil para discutir as críticas públicas feitas pelo presidente da legenda, Antônio Rueda, e pelo líder do União Brasil no Senado, Efraim Filho (PB), em relação ao governo.

Nas últimas semanas, Rueda criticou o que considera um “tarifaço” imposto aos produtos brasileiros pelos EUA, atribuindo essa situação às declarações de Lula sobre o dólar durante a Cúpula dos Brics. Além disso, ele pressionou por um contato telefônico entre Lula e Donald Trump para resolver as questões comerciais, ao invés de “tentar colher dividendos eleitorais”.

Conflitos internos e apoio de Efraim Filho

Outro ponto de atrito se deu quando Efraim Filho anunciou um rompimento formal com o governo Lula após o apoio declarado de Michelle Bolsonaro à sua pré-candidatura ao governo da Paraíba. A insatisfação do presidente se intensificou ainda mais após Efraim criticar publicamente a primeira-dama Janja da Silva.

Essas tensões refletem o clima de descontentamento que permeia a relação entre o União Progressista e o governo Lula, evidenciando fissuras que podem complicar ainda mais a governabilidade, especialmente em tempos de desafios econômicos e políticos.

Em resumo, as declarações recentes de Lula e a resposta do União Progressista expõem não apenas um desacordo político, mas também uma divergência estratégica sobre como o Brasil deve se posicionar no cenário internacional e nas suas relações com o principal parceiro comercial.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes