No cenário atual, o rápido crescimento da geração de eletricidade eólica e solar, aliado a desequilíbrios no setor elétrico, freou o desenvolvimento de novas fontes renováveis de energia, como explica Rogério Zampronha, CEO da Prumo Logística, dona do Porto do Açu, no Norte Fluminense. Apesar das dificuldades, o Brasil segue firme na transição energética, investindo em tecnologias de ponta e novos negócios, como hidrogênio verde e gás natural.
Desafios e oportunidades na transição energética
A desaceleração dos projetos de usinas solares e eólicas, especialmente offshore, foi influenciada por fatores econômicos e demanda limitada, porém o protagonismo de novas tecnologias vem se fortalecendo no país. Segundo Zampronha, fábricas de hidrogênio, metanol e amônia verdes estão saindo do papel, mesmo em um cenário de incertezas globais.
Infraestruturas e novos investimentos
Recentemente, a companhia inaugurou a usina termelétrica GNA II, alimentada por gás natural, atendendo a demanda crescente por energia confiável, especialmente para data centers. Zampronha explica que as usinas GNA I e II somam 3 gigawatts e há planos de expansão, que podem chegar a 6,4 GW, caso os próximos leilões de capacidade sejam confirmados.
Projeções futuras e obstáculos
Apesar do contexto desafiador, o executivo destaca o potencial de crescimento do setor de energias renováveis no Brasil, especialmente com a formação do maior cluster de transição energética da América Latina, dedicado à produção de metanol, SAF (fuel de aviação sustentável) e amônia. A previsão é que essas unidades comecem a operar até 2028.
O atraso na instalação de novos projetos renováveis é explicado por fatores como demanda insuficiente e o aumento do custo de capital. Além disso, a expansão da geração distribuída (placas solares residenciais) tem provocado distorções de custos no sistema, elevando o preço final da energia, apesar de haver excesso de geração no país.
O papel do gás natural e a infraestrutura de transporte
O gás natural surge como uma alternativa viável na transição energética por suas baixas emissões, e a Prumo mantém uma estratégia focada nesse combustível. A usina GNA faz parte de um complexo que pode chegar a 6,4 GW de capacidade instalada, com planos de expansão. Sobre o futuro das ferrovias, o ministério dos Transportes anunciou estudos que podem conectar o Porto do Açu a centros de produção de grãos no Centro-Oeste, potencializando as exportações.
Perspectivas para o Brasil na transição energética
Embora as empresas de petróleo tenham se retirado de certos segmentos, o Brasil já se destaca na produção de combustíveis sustentáveis e tecnologias de transição energética. O desenvolvimento de hubs de hidrogênio verde é uma prova de que o país busca adaptar-se a um cenário mundial mais sustentável, mesmo com obstáculos como o elevado custo de energia e infraestrutura ainda em trâmite.
O CEO da Prumo reforça que a iniciativa de diversificação energética deve continuar, com uma forte aposta no setor de renováveis e no uso do gás natural, contribuindo para a redução da pegada de carbono e a geração de empregos qualificados no país.
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