O Supremo Tribunal Federal (STF) dá início, nesta semana, ao julgamento de sete ex-integrantes da cúpula da Polícia Militar do Distrito Federal, que são acusados de omissão durante os atos golpistas ocorridos em 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas e depredadas em Brasília. A ação traz à tona questões fundamentais sobre a responsabilidade das forças de segurança na proteção das instituições democráticas e o papel do Estado na manutenção da ordem pública.
Quem são os acusados?
Os policias que serão julgados compunham a alta cúpula da Polícia Militar do Distrito Federal na data dos eventos. São eles:
- Fábio Augusto Vieira (comandante-geral da Polícia Militar do DF durante os fatos);
- Klepter Rosa Gonçalves (subcomandante-geral);
- Jorge Eduardo Barreto Naime (coronel);
- Paulo José Ferreira de Sousa Bezerra (coronel);
- Marcelo Casimiro Vasconcelos (coronel);
- Flávio Silvestre de Alencar (major);
- Rafael Pereira Martins (tenente).
Esses ex-militares terão suas condutas analisadas com base em evidências reunidas ao longo do processo. Os ministros decidirão se as provas são suficientes para condenar ou absolver os réus. Caso sejam considerados culpados, o STF fixará penas individualizadas.
A acusação e a defesa
A Procuradoria-Geral da República (PGR) alega que os réus não só estavam conscientes do risco iminente de invasão, como também dispunham dos recursos necessários para evitar os crimes que ocorreram. A PGR apresenta uma série de acusações graves, incluindo a abolição violenta do Estado Democrático de Direito, danos qualificados e deterioração de patrimônio público, ressaltando a necessidade de garantir a ordem e segurança nas instituições.
Além das condenações criminais, a PGR solicitou também a perda dos cargos públicos que os réus possam eventualmente ocupar e a fixação de um valor em indenização pelos danos causados durante os ataques. As acusações se sustentam no princípio legal que permite punir a omissão, pois os policiais tinham o dever constitucional de agir para proteger as instalações públicas e os cidadãos.
A defesa, por outro lado, nega qualquer irregularidade e solicita a absolvição dos acusados, alegando falta de provas concretas que demonstrem que um crime realmente ocorreu ou que uma conduta irregular foi adotada.
Como será o julgamento?
O processo será analisado pela Primeira Turma do STF, composta por cinco ministros: Alexandre de Moraes (relator), Cristiano Zanin (presidente), Luiz Fux, Flávio Dino e Cármen Lúcia. O julgamento será realizado em formato virtual, onde os ministros apresentarão seus votos por meio de uma plataforma online. A previsão é que o julgamento se estenda até o dia 18 de agosto, salvo pedidos de vista ou destaque.
Possíveis consequências da decisão do STF
A análise das provas levará os ministros a decidirem se cada um dos ex-integrantes da PM deve ser absolvido ou condenado. No caso de uma absolvição, o processo será arquivado; caso contrário, as penas serão definidas. Importante destacar que, independentemente da decisão, cabe recurso ao próprio STF em ambas as situações.
O resultado deste julgamento não apenas impactará a vida dos acusados, mas também poderá trazer reflexões profundas sobre a atuação das forças de segurança no Brasil e o compromisso do Estado com a proteção da democracia e das instituições públicas.
Com o desenrolar deste caso, o Brasil observa atentamente a análise da Primeira Turma do STF, que está prestes a tomar uma decisão que poderá reverberar em várias esferas da segurança pública e do ordenamento jurídico do país.
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