O Papa Leo XIV manifestou sua “profunda tristeza” pelo naufrágio de uma embarcação no Golfo de Aden, que resultou na morte de ao menos 76 migrantes, na maioria etíopes, a caminho da Arábia Saudita. A tragédia ocorreu no dia 3 de agosto, no mar conhecido como “a rota da morte”, uma das mais perigosas do mundo para migrantes que buscam oportunidades no Oriente Médio.
Mensagem de solidariedade e esperança
Por meio de um telegrama assinado pelo secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, o pontífice confiou as vítimas “à misericórdia amorosa de Deus Todo-Poderoso” e pediu “força divina, consolo e esperança” para os sobreviventes, equipes de emergência e demais atingidos pela tragédia. A mensagem foi enviada ao núncio apostólico no Iêmen, arcebispo Christophe Zakhia El-Kassis.
Contexto da tragédia no Golfo de Aden
De acordo com a Organização Internacional para as Migrações (OIM), essa rota é uma das mais mortais do planeta, usada por traficantes para transportar migrantes, especialmente de países como Etiópia e Somália, rumo aos países do Golfo, particularmente a Arábia Saudita. Apesar das condições extremas e do conflito há mais de uma década no Iêmen — país mais pobre da Península Arábica — milhares continuam a arriscar suas vidas nessa via, que, em 2024, já registrou ao menos 558 mortes, incluindo afogamentos, segundo dados da OIM.
“Muitas tragédias não são reportadas devido à falta de controle e monitoramento nas zonas de conflito”, alerta a organização. Além do risco de afogamento, os migrantes enfrentam exploração, violência sexual, trabalho forçado e tortura, frequentemente por redes criminosas que operam nesses trajetos.
Resistência e risco na rota perigosa
Apesar dos perigos, a rota pelo Golfo de Aden permanece uma das principais vias de tráfico humano, principalmente de pessoas que buscam escapar da pobreza e da violência em seus países de origem. As condições de travessia, somadas à insegurança e ao combate, expõem esses indivíduos a riscos constantes, como destacam especialistas em migração.
Compromisso da Igreja com os migrantes
O gesto do Papa Leo XIV reflete a preocupação da Igreja Católica com a situação dos migrantes vulneráveis. “A misericórdia de Deus acolhe a todos, especialmente aqueles que se encontram nas situações mais desesperadoras”, reforça a mensagem papal, que também pede orações pelas vítimas e pelos sobreviventes dessa triste realidade.
Mais detalhes sobre as ações do Vaticano e o acompanhamento das tragédias podem ser encontrados na matéria original publicada pela ACI Prensa.