Nos últimos anos, a intensidade das luzes artificiais, como faróis de carros, painéis publicitários e telas de dispositivos, aumentou significativamente. Especialistas alertam para os possíveis impactos na saúde dos olhos e na visão a longo prazo.
O impacto crescente de luzes ultrabrilhantes
A representante dos Estados Unidos, Marie Gluesenkamp Perez, tem observado o aumento do brilho dos faróis de veículos, especialmente em áreas rurais de Washington. Ela destaca que “quando você passa por uma curva e recebe esses faróis na face, isso reduz seu tempo de reação e representa um risco à segurança”.
Segundo a Associação Americana de Optometria, luzes de alta intensidade, como faróis LED, podem ser nocivas devido à concentração de brilho em pequenas áreas, causando desconforto e dificultando a visão. Atualmente, cerca de 75% dos veículos fabricados em 2023 utilizam faróis LED, apontam dados da Administração Nacional de Segurança no Tráfego Rodoviário (NHTSA).
A ameaça invisível dos dispositivos eletrônicos
Além dos faróis, telas de computadores, tablets e smartphones representam uma fonte constante de luz azul, que possui uma energia elevada semelhante à luz natural do dia. Pesquisadores indicam que passar mais de sete horas por dia olhando para esses dispositivos pode estar prejudicando a saúde ocular sem que se conheçam todas as consequências.
Jacqueline Bowen, presidente da American Optometric Association, explica que “uma tela de computador é como uma lâmpada plana, que concentra muita luz em uma pequena área, o que pode ser potencialmente perigoso”.
Preocupações e medidas de proteção
Embora os estudos ainda estejam em fase inicial, há preocupação de que a exposição contínua a luz intensa possa acelerar o aparecimento de problemas como degeneração macular e fadiga ocular.
Para minimizar os riscos, especialistas recomendam o uso de filtros de luz azul em telas, diminuir o brilho dos dispositivos e usar óculos com lentes que bloqueiem a luz de alta energia. Além disso, evitar olhar diretamente para faróis brilhantes ou fontes de luz intensa de perto pode ajudar a proteger os olhos.
Perspectivas futuras e regulamentações
Há um movimento nos Estados Unidos para limitar a intensidade dos faróis de veículos, com a proposta de estabelecer regulamentações que contenham limites de brilho. A iniciativa visa reduzir acidentes noturnos, que representam grande parte das fatalidades nas estradas, e proteger a visão dos motoristas.
Especialistas reforçam a importância de conscientizar a população sobre os riscos do excesso de luz artificial e a necessidade de adoção de medidas preventivas para preservar a saúde ocular em uma sociedade cada vez mais iluminada.