Jeffrey Epstein, o infame financista que teve conexões com diversas figuras proeminentes, supostamente vendeu os “segredos mais íntimos” do príncipe Andrew para agências de inteligência de diferentes países. Essa chocante revelação está contida no novo livro do autor Andrew Lownie, que investiga a vida do duque de York e as vulnerabilidades que o tornaram alvo fácil para um “cobras” como Epstein.
Comprometimento de uma figura real
De acordo com as alegações feitas por Lownie em sua obra, material comprometedores sobre o príncipe Andrew foram supostamente transmitidos para serviços de inteligência de países como Israel, Arábia Saudita e até mesmo a Líbia, sob o regime de Muammar Gaddafi. O autor enfatiza que a manipulação de Epstein sobre o duque de York pode ter sido tanto emocional quanto estratégica, tornando-o uma figura útil para os interesses de Epstein.
Testemunhos de insiders
Um ponto crucial das alegações vem de informações obtidas através de entrevistas com pessoas próximas a Andrew, que foram reveladas em um documentário do jornalista canadense Ian Halperin. Segundo Lownie, este material foi “confirmado” por diversos indivíduos dentro do círculo social do príncipe. As provas, no entanto, permanecem em grande parte não verificadas, levando a uma discussão mais ampla sobre a credibilidade das fontes.
Halperin, autor de outro livro sobre Epstein, relatou falar com o financista em 2001, durante o qual Epstein fez afirmações bombásticas sobre seu relacionamento com a família real britânica. Halperin cita Epstein dizendo que teve encontros com figuras como a falecida Rainha Elizabeth II e a Princesa Diana, além de criticar o modo como a família real lidava com seu status e riqueza.
Epstein como manipulador
A relação de Epstein com Andrew é caracterizada por Lownie como uma manipulação cuidadosa, onde o príncipe se tornou um “idiota útil.” De acordo com Hoffenberg, ex-parceiro comercial de Epstein, o duque era visto como um “troféu” e uma chave para abrir portas para influências políticas e sociais. Epstein, que cometeu suicídio em 2019, aparentemente usou a vulnerabilidade de Andrew para angariar respeito e oportunidades. “Andrew tinha uma fraqueza por mulheres e pela vida agitada, e Epstein alimentou essa fantasia”, afirma Hoffenberg.
O Duke de York, que possui 65 anos e era próximo a Epstein e sua antiga namorada Ghislaine Maxwell, também enfrentou acusações de ter envolvimento em situações de sexo com mulheres menores de idade. Recentemente, Andrew fez um acordo financeiro com Virginia Giuffre, que o acusou de relações impróprias quando ela era adolescente, mas sem admissão de culpa. A situação de Andrew torna-se ainda mais complexa considerando a morte recente de Giuffre, envolvida em um processo complicado de abuso.
Consequências e implicações
As alegações contidas no livro de Lownie despertam novos questionamentos sobre o que realmente aconteceu nas interações entre Epstein e o duque. O autor admitiu ao The Times que teve que separar o que é valido do que é conjectura em relação às afirmações feitas sobre Epstein. O novo livro também sugere que Epstein poderia ter conexões mais obscuras, como potenciais ligações com o Kremlin e interesses em influenciar a política russa através de seu acesso a figuras da realeza britânica.
A revelação de que Epstein possivelmente vendeu segredos de um membro da família real para serviços de inteligência internacionais não apenas expõe uma relação perturbadora entre o financista e o príncipe, mas também acende uma discussão mais ampla sobre a segurança e a privacidade de figuras públicas.
Em meio a alegações que continuam a se desdobrar, o príncipe Andrew foi contatado para comentar sobre as afirmações feitas no novo livro. A expectativa é que o impacto das revelações ainda seja sentido nos círculos reais e políticos por algum tempo.