Brasil, 4 de agosto de 2025
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CPI da Alepe investiga contratos milionários da governadora Raquel Lyra

A Assembleia Legislativa de Pernambuco aprova CPI para investigar contratos publicitários da governadora Raquel Lyra com indícios de irregularidades.

Nesta segunda-feira, a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) deu um passo significativo no que se refere à fiscalização de contratos públicos. Foi aprovada a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar suspeitas de irregularidades em serviços de publicidade do governo da governadora Raquel Lyra, do Partido Social Democrático (PSD). Entre os alvos da investigação estão um contrato de R$ 100 milhões e uma licitação de R$ 120 milhões, que pode chegar a até R$ 1,2 bilhão em um período de dez anos. Além disso, existe a preocupação com a aparente conexão entre um primo da governadora e uma das agências vencedoras da concorrência.

Formação da CPI e seu impacto

A CPI terá uma duração mínima de 120 dias e contará com nove deputados titulares e outros nove suplentes. É importante destacar que a Alepe é presidida por Álvaro Porto, do PSDB, que tem uma relação de rivalidade histórica com Raquel Lyra. Porto e a maioria das comissões da Alepe estão sob controle da oposição, o que poderá impactar o ritmo e os resultados das investigações. O requerimento para a CPI foi assinado pela deputada Dani Portela, do PSOL.

Contratos sob suspeita

Um dos contratos analisados já está suspenso pelo Tribunal de Contas de Pernambuco (TCE), que está conduzindo uma auditoria especial. A investigação agora se estenderá aos integrantes da CPI. Um dos pontos que levanta suspeitas envolve a agência E3 Comunicação, uma das vencedoras da licitação de R$ 120 milhões, que opera em um imóvel de Waldemiro Ferreira Teixeira, conhecido como Dódi, primo da governadora Lyra. O fato de um membro da família da governadora estar diretamente ligado a uma das agências vencedoras gera preocupações sobre conflitos de interesse.

Transições suspeitas e legais

Adicionalmente, o requerimento da CPI chama a atenção para uma gerência de negócios de uma empresa de marketing que, no mesmo mês da contratação da E3, teve uma de suas diretoras se transferindo para a nova agência. Também está sobre a ótica da CPI um contrato de 2019, que foi prorrogado ao custo de R$ 100 milhões – um valor que a comissão questionará por supostamente exceder o prazo legal estipulado de cinco anos.

Denúncias de direcionamento

Outro aspecto relevante mencionado pelo requerimento da CPI envolve indícios de direcionamento de contratos e a possibilidade de uso de verbas de publicidade para atacar a imagem de instituições pernambucanas e de agentes públicos, embora os fundamentos específicos dos supostos ataques não tenham sido esclarecidos.

Cenário político em Pernambuco

O estabelecimento da CPI ocorre em um contexto político delicado, já que seus trabalhos poderão se estender até a véspera do início da pré-campanha eleitoral, prevista para começar em dezembro. Isso pode trazer desgastes à imagem da governadora Raquel Lyra, que enfrenta um ambiente eleitoral competitivo, especialmente com o prefeito de Recife, João Campos, sendo visto como um forte rival. As últimas pesquisas de intenção de voto indicam que Campos está à frente na corrida, enquanto Lyra precisa lidar com os desdobramentos da CPI.

Novos desdobramentos dessa situação estão sendo aguardados, e a Alepe ainda não recebeu uma resposta oficial do governo do estado sobre a formação da CPI. A equipe de comunicação do governo foi contatada e o espaço está aberto para manifestações.

A CPI e suas implicações para a atual governadora podem ser um indicativo do clima político que se desenhará para as eleições de 2026, revelando a importância da transparência e da responsabilidade na gestão pública.

Com os olhos voltados para possíveis irregularidades e os impactos que podem gerar, a CPI será um tema relevante nos próximos meses, tanto para a governadora quanto para a oposição e a população pernambucana.

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