A partir desta segunda-feira (4) e até quarta-feira (6), Brasília recebe a 1ª Conferência Nacional das Mulheres Indígenas, com o tema “Mulheres Guardiãs do Planeta pela cura da Terra”. Estima-se que cerca de 5 mil indígenas de todos os seis biomas brasileiros participem do evento, que será realizado no Espaço Cultural Ibero-Americano, localizado no centro da capital federal.
Debates sobre direitos e desafios
Durante os três dias de conferência, que ocorrerão das 9h às 19h, os participantes terão a oportunidade de participar de debates organizados em cinco eixos temáticos. Estes incluem direito e gestão territorial, emergência climática, políticas públicas e violência de gênero, saúde e educação, além da transmissão de saberes ancestrais para o bem viver. A expectativa é que, ao final do evento, as demandas e propostas das mulheres indígenas sejam entregues ao Governo Federal.
Um dos pontos altos do encerramento da conferência deverá ser a entrega de um pacote de políticas públicas focado nas necessidades das mulheres indígenas, visando fortalecer suas vozes e garantir seus direitos.
IV Marcha das Mulheres Indígenas
A conferência antecede a IV Marcha das Mulheres Indígenas, agendada para quinta-feira (7), que levará o lema “Nosso corpo, nosso território: somos as guardiãs do planeta”. As mulheres marcharão do Espaço Cultural Ibero-Americano até o Congresso Nacional, onde está previsto um ato político cultural a partir das 14h. Este evento é considerado crucial, uma vez que ocorre em um momento decisivo em relação a questões ambientais no Brasil.
Os organizadores da marcha destacam a urgência do momento, já que o presidente Lula tem até a próxima sexta-feira (8) para sancionar ou vetar um projeto de lei que reduz as exigências para o licenciamento ambiental no país. A preocupação com as consequências de tal projeto impulsiona as mulheres indígenas a expressar suas demandas e defender seus direitos.
A luta contínua das mulheres indígenas
A última edição da marcha ocorreu em 2023, reunindo mais de 6 mil mulheres indígenas, segundo a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB). A presença maciça de mulheres durante esses eventos ressalta a união e a força deste grupo em sua luta por direitos e reconhecimento. As mulheres indígenas se posicionam como defensoras da natureza e agentes de mudança, buscando preservar suas terras e tradições diante de um cenário de constantes ameaças ambientais.
Além disso, a 1ª Conferência Nacional das Mulheres Indígenas serve como um espaço de reflexão e mobilização em torno dos direitos dessas mulheres, fundamentais para a proteção do meio ambiente e a conservação da biodiversidade. É um momento em que elas podem compartilhar suas experiências, desafios e conquistas com outras, solidificando as redes de apoio entre as diversas etnias presentes.
Expectativas e o futuro da Conferência
As expectativas para esse evento são altas. A confecção de leis e políticas públicas que respeitem as necessidades e direitos das mulheres indígenas é uma prioridade. Há um desejo coletivo de fortalecer as vozes do povo indígena e garantir que suas demandas sejam atendidas e respeitadas.
O evento também se configura como uma oportunidade para ampliar o diálogo com a sociedade civil e o governo, promovendo a visibilidade das questões que afetam as mulheres indígenas. Assim, a Conferência e a Marcha não são apenas eventos locais, mas parte de uma luta maior por dignidade e respeito em um país que ainda possui sérias desigualdades e desafios a enfrentar.
Portanto, Brasília não é apenas um ponto de encontro, mas o palco de uma luta fundamental por justiça e equidade, que precisa ser ouvida e respeitada não apenas durante a conferência, mas em todas as esferas da sociedade.