No último dia 18, a Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do Botafogo notificou oficialmente o Olympique Lyonnais sobre a venda do atacante venezuelano Jefferson Savarino. O negócio é avaliado em 7,6 milhões de euros, equivalente a aproximadamente R$ 48 milhões. Embora a transação tenha sido confirmada, o acordo foi finalizado em 11 de março de 2025 e não havia sido previamente divulgado ao público.
Contratação e situação atual do jogador
Apesar da venda, Jefferson Savarino continua a integrar o elenco do Botafogo e foi titular na última partida contra o Cruzeiro. Sua situação contratual pode estar vinculada ao Lyon, no entanto, uma vez que ainda possui contrato com o clube brasileiro, o jogador permanece atuando com a camisa alvinegra.
Cabe destacar que, ao contrário de outras transações que ocorreram na mesma janela, o contrato firmado estabelece claramente que o Lyon é o comprador final dos direitos federativos e econômicos de Savarino. O documento trata-se de uma transferência definitiva, como indicado na notificação oficial:
“Contrato de transferência celebrado entre Botafogo e OL referente à transferência definitiva dos direitos federativos e econômicos de David Savarino Quintero (‘Savarino’) do Botafogo para o OL, mediante pagamento incondicional de €7.600.000,00 pelo OL ao Botafogo.”
Implicaçõe financeiras e antecipação do valor da venda
De acordo com a mesma notificação, o Botafogo antecipou uma parte do valor dessa venda através de um contrato com o fundo EMSO PRIVATE CREDIT FUND 3. Contudo, a responsabilidade pelo pagamento permanece com o Lyon, que deve transferir os valores diretamente ao credor.
A negociação de Savarino faz parte de um conjunto de transferências que ocorreu entre julho de 2024 e março de 2025, com o intuito de auxiliar o Lyon a superar severas dificuldades financeiras. O CEO do Botafogo, Thairo Arruda, afirma que as decisões tomadas foram baseadas na relação de cooperação existente entre os clubes que integram o grupo multiclubes liderado por John Textor, conhecido como a “família Eagle”.
Outras transferências e desafios financeiros
Além de Savarino, outros jogadores, entre eles Luiz Henrique, Igor Jesus e Jair, tinham como destino o Lyon, mas acabaram negociados com terceiros em virtude de sanções impostas pela Direção Nacional de Controle de Gestão (DNCG) da França. Essa restrição na DNCG impediu o Lyon de registrar novas contratações e fez com que o Botafogo realizasse vendas em condições desfavoráveis, por valores abaixo do mercado, para que o clube francês pudesse receber os recursos necessários.
Ademais, o Botafogo também emprestou o meia Thiago Almada ao Lyon sem custos, assumindo todos os custos salariais do jogador enquanto ele esteve na França. Almada já havia sido vendido ao Lyon anteriormente por € 27 milhões (R$ 171 milhões), também em um acordo que envolveu a antecipação de receitas através de fundos de investimento.
Exigências e possíveis ações legais
Agora, a SAF do Botafogo exige que o Lyon cumpra com suas obrigações de pagamento aos fundos credores envolvidos na negociação. Isso inclui instituições como PRPF, GCS e EMSO, além do ressarcimento ao Botafogo pelos valores que foram antecipados, incluindo juros. O clube carioca ainda reivindica multas devido a falhas no sistema de transferências (TMS) do Lyon, que falhou em inserir os dados no tempo estipulado.
O prazo estabelecido para a regularização dessas pendências é de 30 dias a partir da notificação enviada. O Botafogo adverte que essas medidas representaram um considerável prejuízo financeiro, mas foram cruciais para que o Lyon conseguisse encerrar a temporada 2024/25 na sexta posição da Ligue 1, garantindo assim uma vaga na Europa League e revertendo a ameaça de exclusão das competições continentais, junto à UEFA.
Por fim, a carta enviada pelo Botafogo indica que a instituição se resguarda de outras ações legais caso os compromissos não sejam cumpridos, ressaltando a seriedade da situação e o comprometimento do clube em proteger seus direitos.
