Dados da última pesquisa Datafolha, divulgados no sábado, revelam que a avaliação do governo Lula entre eleitores de baixa renda está estagnada. Mesmo após esforços para adotar um discurso de “ricos contra pobres” e enfrentar as altas tarifas impostas pelos Estados Unidos, as estratégias em busca da recuperação da popularidade não mostraram efeito no segmento mais pobre, historicamente fiel ao PT.
A persistência da insatisfação entre os mais pobres
Conforme os resultados da pesquisa, 33% dos entrevistados que vivem com até 2 salários mínimos classificam a atuação do governo como ruim ou péssima, taxa que se manteve estável em comparação ao mês de junho. Curiosamente, apenas 34% dos mesmos eleitores consideram o governo como bom ou ótimo, uma oscilação mínima de um ponto percentual. Esta estagnação é emblemática, visto que a popularidade do governo Lula entre esse grupo já atingiu patamares de 46% em outubro do ano passado.
Além disso, 26% dos eleitores desta faixa de renda opinam que a atuação da gestão é regular, representando uma queda de quatro pontos percentuais em relação à pesquisa anterior. É importante ressaltar que tal variação está dentro da margem de erro, que é de quatro pontos para este grupo específico.
O panorama entre diferentes grupos sociais
Outro dado relevante é a situação das mulheres, onde 38% avaliam negativamente o governo atualmente, uma pequena oscilação em relação aos 37% encontrados na pesquisa anterior. No Nordeste, onde o PT historicamente possui um apoio significativo, também se observou uma leve oscilação: a avaliação positiva da gestão petista aumentou um ponto percentual, enquanto a avaliação negativa passou de 27% para 28%.
Avaliação negativa se mantém em geral
De forma geral, a popularidade do presidente Lula também não apresentou mudanças significativas. A pesquisa revelou que 40% dos entrevistados consideram seu governo ruim ou péssimo, enquanto apenas 29% o avaliam como ótimo ou bom. Em relação à pesquisa anterior, realizada em junho, a situação se manteve praticamente inalterada. Naquela ocasião, Lula tinha 28% de aprovação e 40% de desaprovação entre os entrevistados.
Sobre a aprovação direta da gestão de Lula, 50% dos entrevistados responderam que reprovam seu governo, mantendo o mesmo patamar do levantamento anterior, enquanto 46% dizem aprovar a administração do petista. Os 3% restantes se declaram indecisos quanto a essa avaliação.
Metodologia da pesquisa
A pesquisa realizada entre os dias 29 e 30 de julho envolveu 2.004 brasileiros com mais de 16 anos, distribuídos em 130 cidades do país. A margem de erro para a pesquisa é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, refletindo a amplitude das opiniões coletadas e a representatividade da amostra em relação à população brasileira.
Com os dados em mãos, fica claro que a busca pela recuperação da popularidade do governo Lula enfrenta sérios desafios, especialmente entre os eleitores de baixa renda, um grupo que foi essencial na sua ascensão ao poder e que atualmente apresenta uma avaliação crítica de sua gestão.
