Brasil, 6 de agosto de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Administração Trump queima quase US$ 10 milhões em contraceptivos para países pobres

Decisão gerou forte reprovação nacional e internacional, sendo vista como cruel, inútil e uma afronta aos direitos das mulheres

Recentemente, o governo dos Estados Unidos anunciou a incineração de cerca de US$ 9,7 milhões em contraceptivos destinados a países em desenvolvimento, mesmo após diversas organizações oferecerem alternativas para evitar o desperdício. A medida, que ocorreu em francês, fez parte de uma política de restrição de ajuda internacional, reforçando controvérsias sobre o impacto social e político dessa decisão.

Decisão sob a regra da política do México

A queima dos medicamentos — que incluem implantes, pílulas e dispositivos intrauterinos com validade até 2031 — foi justificada pelo Departamento de Estado dos EUA com base na Política do México, uma medida antiaborto reinstaurada pelo governo Trump em janeiro, que proíbe o apoio a organizações que realizam ou apoiam o acesso ao aborto. Segundo uma fonte do Reuters, o procedimento custará cerca de US$ 167 mil aos cofres públicos.

Por que os contraceptivos não serão doados?

Conforme explicou um porta-voz do Departamento de Estado, várias políticas impedem que o governo dê ou apoie o fornecimento de anticoncepcionais relacionados ao aborto, incluindo a proibição de doar os medicamentos atualmente armazenados em um depósito na Bélgica. A administração afirmou ainda que não planeja doar preservativos ou medicamentos contra HIV, somente os contraceptivos.

Reações e críticas ao desperdício

Vários políticos e organizações criticaram duramente a decisão. A deputada californiana Judy Chu afirmou estar “horrorizada” e classificou o episódio como “cruel, vergonhoso e um desperdício desnecessário de dinheiro dos contribuintes”.

Beth Davidson, legisladora de Nova York, alertou sobre o impacto da falta de acesso a métodos contraceptivos, especialmente para mulheres e jovens em situação de vulnerabilidade, expondo-as ao risco de procedimentos ilegais e inseguros de aborto, que podem levar à morte materna. Ela afirmou: “Trump prefere gastar dinheiro dos contribuintes na queima de contraceptivos do que salvar vidas.”

Reação da sociedade e críticas à política de ajuda internacional

Na esfera pública, a opinião se mostrou também bastante negativa. Usuários de redes sociais apontaram o episódio como um exemplo de hipocrisia, destacando que seria mais barato entregar os contraceptivos do que destruí-los. Comentários como “é puro rancor” e “um desperdício cruel” refletem a indignação popular e o descontentamento com o governo.

De acordo com especialistas e organizações internacionais, a decisão contraria os esforços para garantir direitos reprodutivos e de saúde às populações vulneráveis, além de potencialmente aumentar o número de abortos inseguros e mortes maternas em países em desenvolvimento.

Perspectivas e impactos futuros

Pessoas ao redor do mundo, incluindo diversos membros do Congresso americano e entidades humanitárias, condenaram a ação, alertando para as consequências negativas do desperdício de recursos essenciais. Analistas afirmam que medidas assim reforçam uma postura de desconsideração pelos direitos fundamentais, especialmente das mulheres, e representam um retrocesso nas políticas de saúde internacional.

O episódio ressalta ainda o impacto de políticas restritivas, como a do Mexico City, que restringem o apoio financeiro e logístico do governo americano a iniciativas de saúde reprodutiva no exterior, muitas vezes justificadas sob o argumento de combater o aborto.

À medida que essa controvérsia ganha destaque, o debate sobre ética, direitos civis e o papel do Estado na saúde global promete continuar acalorado, levantando questões sobre o uso de recursos públicos em ações consideradas por muitos como desumanas.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes