Uma mulher relatou à polícia que fez contato com Bryan Kohberger, acusado de matar quatro estudantes da Universidade de Idaho, por meio do Tinder semanas antes dos homicídios. Segundo documentos recém-divulgados, ela decidiu interromper as conversas após ele fazer perguntas que a deixaram desconfortável.
Diálogo suspeito e detalhes do contato
De acordo com o relatório policial, a mulher afirmou que Kohberger se apresentou como estudante de criminologia na Washington State University, localizada a cerca de oito milhas do local do crime. Eles planejavam se encontrar durante o recesso de Natal, quando ele viajaria para casa.
Durante as conversas, Kohberger questionou a mulher sobre a forma mais assustadora de morrer e mencionou uma faca Ka-Bar, que seria o instrumento usado pelos assassinos. A mulher admitiu que desconhecia a arma, mas procurou o utensílio online após a troca de mensagens.
Contatos e motivos que levaram ao fim do relacionamento
Os diálogos também abordaram o fato de a mulher ter falado sobre o assassinato de uma amiga na sua cidade alguns anos atrás, além de seus filmes de terror favoritos, como as produções de Rob Zombie.
Ela contou que, ao responder a uma pergunta de Kohberger sobre o pior modo de morrer, ele insistiu sobre a faca Ka-Bar. “Ela não sabia o que era, então pesquisou na internet”, diz o relatório. Mesmo assim, ela decidiu encerrar o contato por se sentir desconfortável com as perguntas, especialmente após a menção à faca.
Repercussões jurídicas e investigações posteriores
Somente após a prisão de Kohberger, que ocorreu na Pensilvânia durante o recesso, a mulher reconheceu a foto dele e recordou a conversa sobre a faca. Ela então acionou as autoridades, que verificaram as mensagens e confirmaram a troca de ideias, embora não tenham conseguido corroborar totalmente sua narrativa, pois ela afirmou não ter acesso mais à conta no Tinder.
O relatório oficial indica que a polícia tentou obter registros na plataforma de encontros, mas o Tinder informou que não há registros relacionados ao perfil ou informações fornecidas pela mulher até o momento. As investigações continuam na busca por possíveis dados adicionais.
Pena e desfecho do caso
No último procedimento, Kohberger foi condenado a quatro sentenças de prisão perpétua pelos homicídios de Kaylee Goncalves, Ethan Chapin, Xana Kernodle e Madison Mogen, ocorridos em novembro de 2022. O acusado cumprirá a pena sem possibilidade de liberdade condicional.
Este episódio evidencia as complexidades das investigações digitais e o papel de relatos anônimos na resolução de crimes brutais, além do impacto psicológico causado por conversas que, segundo especialistas, poderiam indicar uma predisposição do agressor.
Segundo o chefe da polícia de Moscow, o caso continua sendo objeto de estudos para entender melhor os sinais que precedem atos violentos. Nobel.