Brasil, 6 de agosto de 2025
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Ministro israelense provoca polêmica ao rezar no Monte do Templo

O ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, gera controvérsia ao orar em local sagrado de Jerusalém, desafiando acordos antigos.

No último domingo, o ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben Gvir, deu origem a uma onda de indignação ao liderar um grupo de fiéis em oração no mais sensível dos santuários em Jerusalém. Essa ação acontece apesar de um acordo de longa data que proíbe os judeus de rezarem naquele local. O incidente reacende as tensões sobre o acesso e o direito de adoração em áreas disputadas da cidade.

O que aconteceu no Monte do Templo

Ben Gvir, conhecido por suas posturas de direita e por sua condenação passada por apoio ao terrorismo e incitação ao racismo antiárabe, cometeu sua ação controversa durante Tisha B’Av, um dia de luto no judaísmo. Esse dia marca a destruição dos dois templos que outrora estiveram no local, agora conhecido pelos muçulmanos como Al-Aqsa.

Durante a oração, o ministro fez declarações incendiárias, como a necessidade de “conquistar Gaza” e “encorajar os palestinos a deixarem a região”. Tais comentários não apenas chocararam muitos como também acenderam o receio de que este tipo de retórica possa incitar mais violência e divisões na já tensa situação entre israelenses e palestinos.

A importância do Monte do Templo

O Monte do Templo é o local mais sagrado do judaísmo e o terceiro mais sagrado do islã. A área é administrada por um entendimento conhecido como “acordo de status quo”, que permite que apenas muçulmanos orem ali. Desde que Israel capturou a Cidade Velha de Jerusalém da Jordânia em 1967, o acesso ao local tem sido um ponto de conflito constante entre as comunidades religiosas.

Ben Gvir já havia visitado o local em diversas ocasiões. No entanto, liderar uma congregação em oração representa um passo significativo que, segundo críticos, desrespeita o entendimento histórico sobre o lugar. A rápida condenação do ato veio do Ministério das Relações Religiosas da Palestina, que o declarou um “extremista” e afirmou que seu ato “desrespeita abertamente os sentimentos de muçulmanos ao redor do mundo”.

Reações internacionais e implicações

A repercussão do ato de Ben Gvir se espalhou rapidamente, com Jordânia e Arábia Saudita também emitindo declarações de condenação. O Ministério das Relações Exteriores da Jordânia classificou o gesto como “uma violação flagrante do direito internacional e um ato de provocação”. Da mesma forma, grupos islâmicos, como o Hamas, chamaram a ação de um “crime grave e crescente contra a mesquita”.

Até mesmo o governo israelense, após o ato, reiterou que “a política de manutenção do status quo no Monte do Templo não mudou e não mudará”. O Primeiro-Ministro de Israel enfatizou que as políticas em relação ao local são decididas pela liderança do governo, e não por indivíduos, o que reflete a complexidade política que envolve a questão.

Impacto nas relações Israel-Palestina

As declarações de Ben Gvir durante a oração, que incluíam pedidos por “vitória total de Israel na guerra e o retorno seguro de todos os reféns”, mostram como uma figura política pode amplificar as tensões durante períodos já vulneráveis. Além disso, ele enfatizou que deve haver uma “eliminação de cada membro do Hamas” e a necessidade de um controle mais rigoroso sobre a faixa de Gaza.

Essas posições extremas não são novidade para Ben Gvir, que recentemente foi declarado “persona non grata” na Holanda por incitar violência contra palestinos, além de ser alvo de sanções em vários outros países, como Canadá e Reino Unido, devido ao seu histórico controverso.

Os eventos de domingo servem como um lembrete do impacto que atos simbólicos e retóricas incendiárias podem ter na busca por paz e estabilidade na região. Com Jerusalém sendo vista como a capital futura do estado palestino pelos palestinos, o cenário se torna ainda mais desafiador, especialmente ao levar em consideração a visão internacional sobre a ocupação do leste da cidade por Israel.

Em suma, o ato de Ben Gvir em um dos locais mais conflituosos do mundo não apenas intensifica as divisões entre judeus e muçulmanos, mas também coloca o governo israelense sob mais pressão internacional em um cenário de fragilização das relações entre os grupos na região.

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