Na segunda-feira (22), a deputada republicana Marjorie Taylor Greene se tornou a primeira representante do GOP a classificar a crise humanitária em Gaza como genocídio, aumentando a controvérsia em torno do conflito na região. Seus comentários ocorrem em meio a discussões acirradas sobre a dificuldade de o mundo agir diante da escassez de alimentos e a passagem de ajuda para os palestinos.
Greene e a controvérsia em torno da crise em Gaza
A parlamentar afirmou, nas redes sociais, que o que ocorre em Gaza é “o genocídio, crise humanitária e fome” no território, reagindo às declarações do ex-presidente Donald Trump, que reconheceu a “fome real” na região após o conflito iniciado em outubro de 2023. “Até que liberem os reféns, que continuem a fome”, publicou Greene no X (antigo Twitter), ressaltando que considera as evidências de fome generalizada uma “mentira”.
Desde o início do conflito, Israel, que controla as entradas e patrulha a costa de Gaza, tem bloqueado o fornecimento de ajuda à população de mais de dois milhões de palestinos. Ainda assim, autoridades israelenses alegam que o Hamas tem desviado suprimentos de comida, uma afirmação que, segundo o New York Times, carece de evidências concretas.
A resposta internacional e a postura de Trump
O ex-presidente Donald Trump, que fez uma visita à Escócia na mesma semana, expressou preocupação com as imagens de crianças desnutridas, algumas delas pesando menos ao falecer do que no momento do nascimento, conforme reportou a Associated Press. Ainda questionado sobre a veracidade das alegações israelenses, Trump respondeu: “Não sei” e afirmou que, assistindo às imagens, “não pareceria assim”.
Enquanto isso, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu insiste que os civis palestinos não estão morrendo de fome, afirmando que o Hamas estaria abusando do fluxo de suprimentos. No entanto, especialistas e organizações humanitárias alegam que não há evidências que sustentem a alegação de escassez intencional por parte de Israel.
Reações e implicações
A postura de Greene, especialmente ao rotular a crise como genocídio, tem gerado reações mistas no Congresso. Seus comentários destacam uma das posições mais duras dentro do Partido Republicano, enquanto outros membros criticam o silêncio de líderes internacionais diante de um potencial crime contra a humanidade.
“Discutir o que ocorre em Gaza como genocídio é uma responsabilidade grave, que exige precisão e cuidado com a informação”, alerta o especialista em relações internacionais João Santos. “As palavras podem inflamar ainda mais o conflito e aumentar o antisemitismo.”
Perspectivas futuras
Com o aumento da violência e da crise humanitária, especialistas alertam para a necessidade de uma intervenção internacional mais clara e ações concretas para garantir o auxílio à população civil. Ambas as partes, Israel e Hamas, continuam sob forte escrutínio internacional, enquanto a situação permanece em alta tensão.
A comunidade global acompanha atento, em meio a debates sobre responsabilidades e a busca por uma solução que minimize o sofrimento dos civis na faixa de Gaza.