O encerramento do 17º Encontro Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) ocorrido neste domingo (3/8) em Brasília, atraiu um grande número de apoiadores, entre eles o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ministros e figuras históricas do partido. O evento agitou o auditório do Centro de Eventos e Convenções Brasil 21, destacando a força e a mobilização da militância petista em um momento de reflexão e definições importantes para a legenda.
Festividade e agitação entre os apoiadores
Na entrada do evento, os apoiadores tiveram a oportunidade de posar ao lado de um totem de Lula em tamanho real. A atmosfera festiva foi acentuada pelos militantes que usavam bonés com o slogan “O Brasil é dos brasileiros”, uma frase criada pelo ministro da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira, que é uma resposta ao lema “Make America Great Again”, utilizado pelos apoiadores do ex-presidente norte-americano Donald Trump.
O boné “patriota” e camisetas do PT eram vendidos a R$ 60 na loja do evento, e surpreendentemente, esgotaram seus estoques antes mesmo do início da programação oficial. Este episódio evidenciou a paixão e o comprometimento dos militantes com a sigla.
novas lideranças e a lição de Dirceu
O encontro serviu também para a posse do novo presidente do PT, Edinho Silva, ex-prefeito de Araraquara (SP). Em seu discurso, Silva enfatizou a importância da renovação no partido, especialmente após a liderança expressiva de Lula. O evento reuniu não apenas novas lideranças, mas também legendas históricas como José Dirceu, que foi cercado por apoiadores que buscavam fotos e vídeos.
Dirceu, com seu histórico controverso associado a escândalos políticos como o Mensalão, recebeu uma recepção calorosa e foi chamado pelo público de “guerreiro do povo brasileiro”. Lula, em seu discurso, também se mostrou favorável ao retorno de Dirceu à direção nacional do PT, destacando sua trajetória e suas contribuições para a história do partido.
Momentos de tensão e solidariedade
Embora a energia fosse predominantemente positiva, ocorreram momentos de tensão durante o evento. Uma mulher que trabalhava na organização passou mal e precisou de atendimento médico imediato. Dirceu, que estava próximo, rapidamente pediu ajuda, demonstrando uma preocupação genuína com a situação e a segurança dos presentes.
Debates sobre tarifas e questões internacionais
A pauta do encontro também incluiu debates relevantes sobre a política internacional, com a tarifa de 50% imposta pelo governo Trump a produtos brasileiros sendo amplamente discutida. Lula, em um gesto de abertura, expressou que não desejava conflitos com os Estados Unidos e estava aberto a negociações sobre as tarifas. Durante o evento, ele aproveitou para criticar o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que, segundo ele, estaria incentivando sanções contra autoridades brasileiras.
Em um ato simbólico, foi distribuído um jornal que estampava os rostos de figuras como o ex-presidente Jair Bolsonaro e Eduardo, tendo a frase “Inimigos do povo” acompanhando as imagens. Esse tipo de comunicação reforça a unificação da militância e a crítica à oposição política que o PT enfrenta.
Solidariedade à causa palestina
Outro destaque no evento foi o apoio à causa palestina, que foi amplamente abordado. O embaixador Ibrahim Alzeben esteve presente, e os militantes distribuíram pulseiras nas cores da bandeira palestina. Além disso, a primeira-dama Janja Lula da Silva foi vista usando um lenço palestino, simbolizando um alinhamento com a luta do povo palestino. Esta demonstração de apoio reitera a preocupação do PT com os direitos humanos e as questões globais, posicionando o partido como um defensor ativo de causas indígenas e internacionais.
O evento foi um marco não apenas na reafirmação da força do PT, mas também na tentativa de fortalecer as bases do partido e preparar novos lideres para os desafios futuros. A energia e a coesão da militância refletem um momento significativo e promissor para o Partido dos Trabalhadores.
