Neste domingo, a Avenida Paulista em São Paulo foi palco de uma manifestação organizada por políticos e apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A proposta do evento, convocada pelo pastor Silas Malafaia, surge em um momento em que Bolsonaro cumpre medidas cautelares impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e não pode participar fisicamente do ato.
Concentração e figuras políticas presentes
Com concentração marcada para às 14h, os manifestantes se reuniram em frente ao Museu de Arte de São Paulo (MASP), onde a atmosfera se aqueceu ao longo da tarde. Entre as personalidades presentes, destacaram-se o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, e os deputados federais Nikolas Ferreira (PL), Tomé Abduch (Republicanos) e Sóstenes Cavalcante (PL).
Contrapõe a presença de algumas figuras importantes o fato de que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), não compareceu devido a um procedimento hospitalar. Sua ausência, assim como a do ex-presidente Bolsonaro, foi um ponto destacado por diversos oradores durante o ato.
Críticas e reivindicações
Os manifestantes, muitos deles levando faixas criticando o STF, exigiram anistia para aqueles condenados pela tentativa de golpe de Estado ocorrida em 8 de janeiro de 2023. O clima de hostilidade era evidente, com menções ao atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ao ministro do STF Alexandre de Moraes, ambos considerados alvos de descontentamento.
O deputado federal Nikolas Ferreira, ao discursar para a multidão, lembrou a impossibilidade de Bolsonaro de se manifestar ativamente e criticou fortemente Moraes, enfatizando que, apesar de não poder falar, o ex-presidente ainda mantém uma forte presença e apoio popular.
Pronunciamentos marcantes
“Isso aqui é a tua força. Mesmo estando preso em casa, essa é a sua força, a sua voz”, declarou Ferreira, reforçando que a mobilização era um sinal de que os apoiadores não desistiriam de Bolsonaro, independentemente das adversidades. Ele também desafiou o governo ao afirmar que o verdadeiro golpe seria impedir Bolsonaro de concorrer em 2026.
O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, também não poupou críticas ao tratamento que o ex-presidente recebeu, considerando humilhante a situação atual em que ele se encontra monitorado por uma tornozeleira eletrônica.
O papel de Silas Malafaia e a situação política
O pastor Silas Malafaia, anfitrião do evento, atacou o presidente Lula, chamando-o de “traidor do Brasil” e desafiando outras figuras da direita que almejam ocupar o espaço deixado por Bolsonaro. A presença de faixas de apoio ao ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, também levantou questionamentos entre os participantes, embora muitos considerassem que esta não era a pauta principal do ato.
“Bolsonaro é insubstituível. Vão enganar trouxa. Estão com medo do STF”, enfatizou Malafaia, reforçando a lealdade ao ex-presidente figurando como uma liderança que ainda mobiliza considerável apoio.
Impactos e desdobramentos futuros
Essa manifestação, a primeira desde que Bolsonaro começou a usar a tornozeleira eletrônica, mostra que os apoiadores ainda se mobilizam em grandes números, apesar das limitações impostas ao ex-presidente. O clima de indignação e apoio fervoroso sugere que as tensões políticas no Brasil se intensificarão conforme a eleição de 2026 se aproxima.
O ato também levantou questões sobre a diversidade de lideranças dentro do campo político e os desafios que a direita enfrentará para consolidar um candidato forte em um cenário onde a figura de Bolsonaro ainda é central, mas impedida de atuar plenamente.
Com esses eventos, fica claro que o apoio a Bolsonaro permanece robusto e que o movimento irá se intensificar em resposta às ações de seus opositores, delineando um futuro político tumultuado e cheio de disputas.