A BYD, maior vendedora de veículos elétricos do mundo, entregou 344.296 veículos em julho, representando uma alta de apenas 0,6% em relação ao mesmo mês do ano passado e uma queda de 10% frente a junho. O resultado mostra a desaceleração das vendas em um momento em que a fabricante enfrenta obstáculos para alcançar sua meta anual de 5,5 milhões de unidades.
Desafios do setor e impacto na BYD
Embora a desaceleração na China seja comum durante o verão, a BYD enfrenta dificuldades adicionais para cumprir seu objetivo. As autoridades chinesas intensificaram a fiscalização sobre o setor automotivo, prometendo reprimir os descontos que alimentaram uma guerra de preços. Até julho, a fabricante vendeu 2,49 milhões de veículos, precisando manter uma média de cerca de 602 mil unidades por mês até o final do ano para atingir a meta.
Comparação com concorrentes e cenário atual
Enquanto a BYD enfrenta esse desafio, seus principais concorrentes apresentam sinais de demanda mais resiliente. A Geely, por exemplo, vendeu 237.717 veículos em julho, seu melhor desempenho desde novembro. Já a Leapmotor e a Xpeng bateram recordes mensais, entregando 50.129 e 36.717 veículos respectivamente. A Xiaomi também registrou entregas recordes, com mais de 30 mil unidades, ao passo que a Li Auto vendeu 30.731 veículos, uma queda de cerca de 40% na comparação anual.
Segundo a Associação Chinesa de Carros de Passeio, as vendas no varejo de veículos de passeio em julho devem crescer 7,6% em relação ao ano passado, mas tiveram uma redução de 11% em relação a junho. Apesar do bom desempenho do mercado geral, a Nio passou por dificuldades, registrando uma queda de 16% nas vendas de junho para julho, marcando o menor volume desde março. Ainda assim, suas ações subiram 8,6% após o lançamento do novo modelo Onvo L90, considerado atrativo em relação ao preço e à oferta.
Perspectivas e próximos passos
A atenção do mercado está voltada para se a BYD conseguirá superar esse período de desaceleração e cumprir sua ambiciosa meta anual. A pressão regulatória por preços mais baixos e a necessidade de manter alta demanda representam desafios fundamentais para a fabricante chinesa neste momento. A expectativa é que as próximas semanas tragam sinais mais claros sobre o desempenho do setor e a capacidade da BYD de se recuperar.
Fonte: O Globo