Brasil, 16 de setembro de 2025
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Caiado e Campos divergem em debate sobre anistia e sanções dos EUA

No último debate promovido pelo GLOBO, governadores e prefeitos discutem questões críticas para o Brasil como segurança e anistia.

No último debate da série Diálogos, realizado na sexta-feira pelo GLOBO, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), e o prefeito do Recife, João Campos (PSB), divergiram sobre a anistia a investigados por tentativa de golpe, convergiram em críticas às sanções aplicadas pelo governo dos EUA contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e apontaram possíveis soluções para a União e os estados na área da segurança pública.

Tarifaço e sanções: embate sobre atuações de Lula e de Moraes

O governador de Goiás criticou a postura adotada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na crise do tarifaço, acusando-o de não ter seguido o exemplo de outras lideranças mundiais que tentaram negociar taxas mais favoráveis. Caiado afirmou: “Essa crise interessa ao Lula mantê-la, porque teve crescimento de popularidade nas pesquisas.”

Por outro lado, Campos valorizou a postura do presidente, considerando-a “lúcida”. Ele argumentou que o real interesse de Trump é econômico e destacou que Lula está mais preocupado em resolver a situação do que prolongá-la.

“Lula não quer prolongar isso; ele quer resolver o quanto antes. O problema é que hoje os EUA não querem conversar”, disse Campos. Ambos os líderes concordaram que as sanções impostas por Trump ao ministro Moraes são prejudiciais, com Campos classificando-as como “absolutamente absurdas” e um obstáculo para o acesso do ministro ao sistema financeiro.

Anistia do 8 de Janeiro: divergência sobre tentativa de golpe

Outra questão debatida foi a anistia proposta por Caiado para os envolvidos no 8 de Janeiro, que foi prontamente criticada por Campos. Caiado defendeu que, caso fosse eleito, ele implementaria uma “anistia ampla, geral e irrestrita” para esses casos, evocando comparações com decisões históricas de outros líderes, como Juscelino Kubitschek. Em contraste, Campos advertiu que essa abordagem poderia criar um “viés de impunidade”.

“Não é o caminho”, disse Campos. Ele defendeu uma análise cuidadosa entre quem realmente liderou e quem somente foi manipulado durante os eventos de Janeiro, ressaltando que a anistia ampla obscureceria a responsabilidade legal.

Segurança pública: preocupação com avanço do crime organizado

Os dois políticos também se uniram ao reconhecer a necessidade de ações coordenadas entre os municípios, estados e a União em relação à segurança pública, especialmente diante do crescimento do crime organizado no Brasil. Campos observou que, enquanto a repressão deve ser uma atribuição estadual, os municípios precisam adotar medidas urbanísticas e sociais para desencorajar criminalidade.

“A premissa máxima de uma política de segurança é reduzir o número de mortes”, enfatizou Campos, que também lembrou que políticas de segurança anteriores como as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) no Rio tinham impactos diretos na mobilização de facções criminosas.

Caiado, por sua vez, criticou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança apresentada pelo governo Lula, argumentando que ela criaria uma subordinação das políticas estaduais a uma política federal que ele considera ineficaz.

Meio ambiente: críticas a extremos de preservação e destruição

Em um momento diferente do debate, Campos abordou a questão do meio ambiente, defendendo a necessidade de realizar pesquisas sobre a exploração de petróleo na Margem Equatorial e ressaltando a importância da exploração responsável dos recursos naturais. Ele argumentou que isso poderia, inclusive, financiar a transição energética do Brasil.

Embora Caiado tenha concordado com a necessidade de buscar um equilíbrio entre proteção ambiental e desenvolvimento econômico, ele destacou que o Código Florestal brasileiro já impõe restrições severas. “O Brasil tem margem para explorar melhor seus recursos naturais de forma compatível com a preservação do meio ambiente”, opinou.

Aprimoramento institucional: reforma política e mudanças no Orçamento

O debate também se estendeu ao aprimoramento institucional, onde Caiado sugeriu a adoção do voto distrital misto como solução para aumentar a representatividade no Congresso Nacional. Ele argumentou que essa mudança poderia reduzir a fragmentação partidária e promover maior conexão entre representantes e suas comunidades.

Em resposta, Campos defendeu a necessidade de uma colaboração mais intensa entre os três poderes do Brasil para resolver questões orçamentárias complexas e ineficiência admirativa. “O que temos agora é um sistema disfuncional que se reflete em bilhões gastos desnecessariamente,” ressaltou.

O encontro entre Caiado e Campos foi mais um passo importante na série Diálogos, onde temas cruciais para a nação foram discutidos de forma aberta, destacando as divergências e convergências de dois importantes líderes políticos brasileiros.

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