Brasil, 13 de novembro de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Brasil teve mais de 2.400 terremotos nos últimos 10 anos

Estudo revela que a maioria dos terremotos no Brasil é imperceptível à população.

Entre 1º de agosto de 2015 e 31 de julho de 2025, o Brasil registrou impressionantes 2.450 terremotos, segundo dados levantados pelo Metrópoles a partir do Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP). O número é significativo, mas a maioria dos tremores passa despercebida, diferentemente do abalo sísmico de magnitude 8,8 registrado na Rússia.

Com base nas estatísticas, é como se a cada três dias houvesse dois terremotos em território brasileiro. Contudo, devido à baixa magnitude da maioria, muitos desses eventos não são percebidos pela população, sendo registrados apenas em estatísticas técnicas.

Fatores que influenciam a percepção dos terremotos

O sismólogo Gilberto Leite, da Rede Sismográfica Brasileira (RSBR), explica que a percepção de um terremoto é influenciada por diversos fatores. “Depende do tamanho do evento, mas também, principalmente, da profundidade, da distância do centro do evento, de onde está a população. Também vai depender da geologia local e, até mesmo, da altura que as pessoas estão”, detalha Leite.

Nos dez anos analisados, os terremotos mais significativos atingiram magnitudes de 7,5 e 7,0, todos ocorrendo na área de fronteira entre Brasil e Peru. Das ocorrências, 81,2% (1.989) tiveram magnitudes inferiores a 3, o que os torna quase imperceptíveis. Durante a semana entre 27 de julho e 1º de agosto, foram registrados oito tremores com magnitudes variando de 1,9 a 2,9.

Regiões mais afetadas e suas características

Leite também aponta que é preciso cautela ao ranquear as localidades mais afetadas, visto que as regiões propensas a terremotos não seguem uma divisão geográfica uniforme. “Na região Sudeste, por exemplo, são frequentes os eventos entre Minas Gerais e São Paulo. Já na região Nordeste, Pernambuco e Rio Grande do Norte frequentemente sofrem com esses fenômenos, particularmente na área da Bacia Potiguar”, exemplifica o especialista.

Um dos tremores mais memoráveis da história do Brasil ocorreu em 1986, próximo à cidade de João Câmara (RN), sendo sentido por muitos e causando danificações em edifícios, além do deslocamento de milhares de pessoas. O tremor teve uma magnitude de 5,1 e ocorreu às 2h19.

Estabilidade sísmica do Brasil

A estabilidade do Brasil em relação a terremotos de grande magnitude se deve ao fato do país estar situado sobre uma placa tectônica e não nas proximidades dos encontros entre placas. “Dentro da placa, existem regiões que são mais suscetíveis a terremotos, que são áreas de fraqueza ou onde há um acúmulo maior de energia”, explica Gilberto Leite.

Comparação com o terremoto na Rússia

O poderoso terremoto registrado na Rússia em 30 de julho deixou o mundo em alerta, atingindo uma magnitude de 8,8. Após o evento, alertas de tsunamis foram emitidos para áreas que vão desde os Estados Unidos até o Japão, passando por Filipinas, Chile e Peru. Serviços de defesa civil se prepararam para alertar as populações que poderiam ser afetadas.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez um apelo público para que a população ficasse atenta e segura. De fato, tsunamis foram confirmados em diversas localidades, com ondas de altura e velocidade acima do normal, causando danos a várias infraestruturas, como ocorreu no Japão.

Embora o Brasil tenha registrado uma quantidade significativa de terremotos nos últimos anos, a maioria permanece invisível para a população, ressaltando a importância de monitoramento contínuo e a conscientização sobre os fenômenos sísmicos em nosso território.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes