Brasil, 6 de agosto de 2025
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Aumento alarmante de crimes sexuais digitais no Rio de Janeiro

Um estudo revela crescimento significativo de crimes sexuais na internet no RJ, com mulheres como principais vítimas.

Um levantamento exclusivo do g1, com base em dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), mostra um aumento chocante de 1.252% nos crimes sexuais digitais no Rio de Janeiro ao longo de seis anos. Essa estatística alarmante foi revelada ao se comparar os registros de 2018, ano em que os dados começaram a ser divulgados, aos de 2024, o ano mais recente completo. De acordo com as informações, as mulheres representam a maioria das vítimas, o que destaca a urgência de abordar essa questão crescente.

Dados que assustam

O relatório do g1 apresentou vários tipos de crimes sexuais digitais, com dados que ilustram a gravidade da situação:

  • Divulgação de cenas de estupro, estupro de vulnerável, sexo ou pornografia: Em 2018, foram registrados apenas 57 casos, enquanto em 2024 esse número saltou para 771, representando um crescimento de 1.252%. Impressionantes 86,6% das vítimas eram mulheres.
  • Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir ou publicar material com cena de sexo: Os registros aumentaram de 27 em 2020 para 113 em 2024, um aumento de 318,5%. Aqui, 67,3% das vítimas também eram mulheres.
  • Registro não autorizado de intimidade sexual: O número subiu de 43 ocorrências em 2020 para 172 em 2024, um crescimento de 300%. Destes, 87,8% das vítimas eram mulheres.

Fatores que contribuem para o aumento

Especialistas e autoridades, como Marcela Ortiz, presidente do ISP, afirmam que o aumento dos crimes está relacionado ao crescimento do uso de redes sociais e smartphones. Além disso, a conscientização sobre a violência digital tem encorajado mais vítimas a denunciarem seus agressores. Ortiz salienta a importância das campanhas de conscientização, que têm ajudado as mulheres a reconhecerem os sinais de violência e a buscarem ajuda.

Em 2023, o Brasil registrou, em média, quatro processos por dia relacionados à divulgação de imagens íntimas sem consentimento. Esse panorama ressalta a necessidade de medidas efetivas para proteção e apoio às vítimas.

Histórias de vítimas

Infelizmente, muitos relatos de vítimas comprovam a gravidade da situação. O g1 ouviu duas mulheres que tiveram suas intimidades expostas após o término de relacionamentos. Uma delas contou que foi abordada por homens em seu trabalho, depois que fotos íntimas foram divulgadas. Outra vítima relatou que seu ex-marido invadiu suas redes sociais e criou perfis falsos para disseminar imagens suas. Ambas as histórias refletem o sofrimento e a humilhação que esses crimes causam.

Segundo o ISP, 39,9% dos autores de crimes deste tipo são ex-companheiros das vítimas, evidenciando a vulnerabilidade das mulheres no ambiente digital e em suas relações pessoais.

Como denunciar e buscar ajuda

É essencial que as vítimas procurem apoio e denunciem os crimes. A Delegacia da Mulher, que conta com profissionais capacitados para lidar emocionalmente com as vítimas, é um local apropriado para registrar ocorrências. Contudo, denúncias podem ser feitas em qualquer delegacia. Após a denúncia, as autoridades procedem com uma investigação que inclui a apreensão de dispositivos para encontrar evidências e rastrear os culpados.

A advogada Mayara Nicolitt alerta que muitos autores acreditam que não serão penalizados. Contudo, as autoridades estão empenhadas em responsabilizar os infratores. É urgente que as vítimas saibam que sua palavra tem peso no sistema de Justiça, e que o apoio psicológico e jurídico está disponível.

Prevenção é fundamental

As autoridades, como o delegado Luiz Lima da Delegacia de Repressão a Crimes de Informática, destacam que é necessário uma educação digital para evitar que crimes ocorram pela internet. Uma prevenção eficaz pode incluir práticas simples, como não compartilhar fotos intimas, mesmo com pessoas próximas. A iniciativa “Empoderadas”, promovida pelo Governo do Estado, busca oferecer assistência a mulheres que enfrentam violência.

Além disso, a legislação brasileira mudou para piorar essas abordagens, e crimes como a divulgação de imagens íntimas sem consentimento tornaram-se ilegais. O Código Penal, desde 2018, prevê punições severas para quem pratica tais crimes, incluindo detenção e multas.

Ainda que o crescimento dos crimes sexuais digitais seja alarmante, uma conscientização coletiva e medidas proativas podem fazer a diferença. É crucial que as mulheres tenham conhecimento de seus direitos e busquem apoio, garantindo que suas vozes sejam ouvidas e que as responsabilidades sejam atribuídas a quem comete crimes. A mudança começa com cada um de nós.

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