No próximo final de semana, o Centro Municipal de Arts e Cultura (Cemac) em São Carlos (SP) será palco do projeto “Deforma: acessibilidade em cena e cultura DEF”, uma iniciativa da artista PCD Isadora Ifanger. Com a proposta de promover a inclusão e a acessibilidade cultural, o evento apresenta uma programação totalmente gratuita que inclui oficinas, apresentações e performances.
Uma abordagem inclusiva da cultura
O evento, agendado para os dias 2 e 3 de agosto, visa levar a cultura do acesso a diferentes públicos. Isadora Ifanger destaca que a inspiração para o projeto vem da vontade de promover conversas sobre a diversidade e a ancestralidade da cultura PCD. Entre as principais atividades está a oficina “Bordando cicatrizes”, que será realizada no sábado, onde os participantes terão a oportunidade de aprender técnicas de bordado enquanto discutem a relevância histórica desse ato como forma de acolhimento para pessoas com deficiência.
Programação do evento
Confira a programação completa do evento:
- Atividade formativa “Bordando Cicatrizes”
Data: 02 de agosto (sábado) das 10h às 12h
Descrição: Espaço de troca entre pessoas com e sem deficiência, abordando técnicas de bordado e sua relevância histórica. - Performance “Deforma”
Data: 02 de agosto (sábado) às 16h
Acessibilidade: Libras e Audiodescrição
Descrição: A artista compartilha uma busca por diálogos entre a cultura PCD e sua ancestralidade, abordando temas sobre a identidade e a marginalização cultural. - Espetáculo “Inunda-me”
Data: 03 de agosto (domingo) às 19h
Acessibilidade: Libras e Audiodescrição
Descrição: A trama envolve a história de uma mulher que, diante de uma inundação emocional, busca a conexão com a memória de seu filho perdido no mar.
Isadora, que atua como audiodescritora e produtora de acessibilidade cultural, também destaca que a performance “Inunda-me” será caracterizada por uma abordagem sensorial, onde a audiodescrição é integrada à dramaturgia e interpretada ao vivo em Libras. “Na apresentação, meu figurino em cores semelhantes à pele e fios vermelhos simbolizam veias e sangue, questionando o papel do corpo na cultura PCD”, conta a artista.
Mais do que espetáculo, uma reflexão
O evento é bastante mais do que uma simples apresentação cultural; é um convite à reflexão sobre as barreiras que a sociedade ainda enfrenta em relação à inclusão de pessoas com deficiência. “A ideia é provocar uma nova percepção sobre a diversidade e inclusão no âmbito cultural”, explica Isadora. “Estamos aqui para mostrar que a cultura é de todos e deve ser acessível a todas as pessoas, independentemente de suas limitações.”
A ação artística é apenas o começo de uma série de apresentações que Isadora projetou para serem realizadas em mais cinco cidades do Estado de São Paulo, incluindo São José dos Campos, Sorocaba, Santos, Tatuí e São Sebastião. “Queremos atingir um público maior e espalhar a ideia de que a inclusão cultural é fundamental”, afirma a artista.
Benefícios da acessibilidade cultural
A inclusão de recursos de acessibilidade em eventos culturais não só permite que pessoas com deficiência tenham acesso a essas experiências, mas também enriquece a troca cultural entre todos os participantes. Isadora segue como referência ao buscar integrar audiodescrição e Libras em produções artísticas, criando um ambiente onde a arte fala para todos, sem distinção.
A iniciativa é mais uma prova de que a cultura acessível é uma necessidade e não um privilégio. É uma oportunidade de valorização da diversidade e das vozes de artistas PCD, que muitas vezes são deixados à margem nas discussões mais amplas sobre arte e cultura.
O Cemac está localizado na Rua São Paulo, 745, no Centro de São Carlos, e convida a comunidade a participar dessa vivência cultural enriquecedora. Com a realização de eventos como este, espera-se que a cidade dê um passo à frente na construção de um espaço cultural mais inclusivo.
Para mais informações sobre a programação e as atividades, acesse a página oficial do evento e descubra como a arte pode transformar e incluir.