A investigação da morte do empresário Adalberto Amarílio Júnior, encontrado sem vida em um buraco no Autódromo de Interlagos, em São Paulo, completa dois meses e ainda carece de respostas definitivas. A cena do crime e as circunstâncias que levaram ao seu falecimento, em 3 de junho, levantaram uma série de questões que permanecem sem esclarecimento. Com tantos detalhes vagos, a Polícia Civil tenta descobrir o que realmente aconteceu naquela noite fatídica.
Investigações e suspeitos
Três vigilantes, um chefe e um coordenador de segurança do evento de motociclismo que ocorria no autódromo são investigados. Embora a polícia tenha identificado os cinco suspeitos, a falta de provas concretas até o momento tem dificultado o avanço da investigação. Um dos principais desafios enfrentados pelas autoridades é a ausência de vídeos que possam ter registrado o crime e a falta de depoimentos claros dos suspeitos.
Os laudos periciais já apontaram que Adalberto sofreu morte violenta por asfixia, no entanto, não está claro se a causa foi esganadura ou compressão torácica. Isso significa que a situação é ainda mais complexa, pois a forma como a asfixia foi provocada pode determinar a intenção dos possíveis assassinos.
Cenas do crime e o contexto
O corpo de Adalberto foi encontrado em uma obra dentro do autódromo, em um buraco de três metros de profundidade e 70 centímetros de diâmetro, sem calça e tênis. A ideia de que ele foi colocado ali por quem o matou reforça as suspeitas sobre a participação dos seguranças. A investigação sugere que ele poderia ter se envolvido em uma briga ao atravessar uma área restrita do autódromo, segundo a principal hipótese apurada pela polícia.
Um amigo de Adalberto afirmou que os dois estavam no local e até consumiram maconha e cerveja, levantando mais questões sobre o estado do empresário na hora do incidente. Contudo, os laudos não encontraram vestígios de drogas ou álcool em seu organismo, o que pode complicar ainda mais a elucidação do caso.
Desdobramentos da investigação
A delegada Ivalda Aleixo, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHHP), reconhece que o caso é de difícil elucidação, mas não impossível. Os quatro seguranças que compareceram à delegacia permaneceram em silêncio durante os depoimentos e entregaram seus celulares, mas a perícia encontrou que alguns dados foram apagados, levantando suspeitas sobre a intenção de ocultar informações.
Perspectivas para a conclusão do caso
A expectativa da polícia é de que novos laudos periciais possam trazer informações cruciais sobre o que realmente aconteceu naquela noite. A análise dos telefones celulares dos seguranças pode ajudar a rastrear seu paradeiro e estabelecer comunicações que ocorreram durante o desaparecimento de Adalberto.
Atualmente, um dos seguranças investigados, que já tem antecedentes criminais, foi detido anteriormente por posse ilegal de munições, porém liberado após pagar fiança. Esse fator sugere uma atmosfera de criminalidade que poderá ser um elo adicional na investigação.
Embora ainda não haja previsão para a finalização dos laudos pela Secretaria da Segurança Pública (SSP), o clamor por justiça cresce à medida que se passa o tempo. A sociedade aguarda por uma resolução desse caso, que tem intrigado tanto a comunidade local quanto a mídia em geral.
Adalberto Amarílio Júnior tinha apenas 35 anos, era casado e dono de uma rede de óticas, e seu trágico desfecho destaca a necessidade de medidas mais rigorosas e eficazes no segmento de segurança em eventos. As investigações continuam e a busca pela verdade permanece entre os familiares e amigos do empresário, que clamam por respostas.