No último dia 1º de agosto, amigos e familiares da ciclista Thais Bonatti, de 30 anos, realizaram uma manifestação em Araçatuba (SP), cobrando justiça pela morte da jovem, que ocorreu após ser atropelada por um juiz aposentado. O acidente aconteceu em 24 de julho, e a repercussão do caso tem gerado uma onda de indignação e questionamentos sobre a responsabilidade dos envolvidos.
O atropelamento e suas circunstâncias
O atropelamento foi registrado na manhã de 24 de julho, quando Fernando Augusto Fontes Rodrigues Junior, de 61 anos, conduzindo uma caminhonete, atingiu Thais na rotatória da Avenida Waldemar Alves, nas proximidades de um supermercado. Segundo relatos, ele estava acompanhado de uma mulher sem roupas no banco do motorista, e o acidente ocorreu quando a passageira tentou se sentar em seu colo, resultando em um aceleramento abrupto do veículo.
De acordo com o boletim de ocorrência, Fernando estava em um estado visivelmente comprometido, apresentando fala desconexa, falta de coordenação motora e odor etílico quando abordado pela polícia. O caso gerou incertezas e questionamentos sobre a segurança no trânsito e a forma como a justiça lida com pessoas em posição de poder.
Reação à manifestação e desdobramentos legais
Durante a manifestação, os familiares e amigos de Thais se reuniram em frente ao prédio do juiz aposentado, enquanto a defesa do réu tentava estabelecer o sigilo absoluto do caso, o que foi negado pela Justiça. O Ministério Público se manifestou contrário ao pedido, e a negativa do sigilo reforça a transparência necessária para que a população possa acompanhar o caso.
Após o atropelamento, Fernando foi autuado por lesão corporal culposa, mas após a confirmação da morte de Thais, a acusação foi alterada para homicídio culposo. Apesar da gravidade da situação, ele foi libertado após pagar uma fiança de R$ 40 mil no dia seguinte ao acidente. Desde então, sua carteira de habilitação foi suspensa, e ele encontra-se sob restrições, como a proibição de deixar a cidade sem autorização judicial.
A luta da família por justiça
Thais Bonatti faleceu em 26 de julho, após complicações decorrentes do atropelamento, que a deixou em estado grave por dois dias. A jovem era uma profissional dedicada, trabalhando em diferentes empregos para honrar com suas responsabilidades e perseguir seus sonhos. O sepultamento ocorreu no mesmo dia em que a morte foi confirmada, e a dor da perda se transforma em uma reivindicação por justiça por parte da família.
O advogado da família de Thais pediu ao Ministério Público que recorresse da decisão que permitiu ao juiz responder em liberdade, mas o MP decidiu não seguir adiante com o recurso. Essa situação gerou uma onda de críticas e exigências por maior rigor nas ações da Justiça em casos envolvendo figuras públicas.
Postura da defesa e impacto na opinião pública
A defesa do juiz Fernando Augusto expressou profundo pesar pela morte de Thais e afirmou que tem oferecido apoio à família da vítima. Em detalhes, a defesa enfatizou que a situação exigia um silêncio legal, ressaltando que este se trata de um gesto de respeito diante da situação dolorosa enfrentada pela família de Thais.
No entanto, a sociedade se mobiliza cada vez mais para exigir respostas e garantir que a justiça seja feita. O caso se tornou um símbolo das discussões sobre a justiça social e igualdade diante da lei, especialmente quando envolvem autoridades. A pressão popular, representada pela manifestação em Araçatuba, evidencia a necessidade de reformas e maior transparência nos processos judiciais.
Reflexão sobre a responsabilidade no trânsito
Esse trágico incidente levanta questões urgentes sobre a responsabilidade dos motoristas no Brasil, especialmente quando casos como esse envolvem bebidas alcoólicas e desrespeito às leis de trânsito. As atitudes imprudentes não só afetam vidas inocentes, mas geram um clima de urgência para mudanças nas leis e penalidades mais severas para aqueles que colocam a vida dos outros em risco.
À medida que a comunidade de Araçatuba clama por justiça, a lembrança de Thais Bonatti se torna um marco para uma luta mais ampla, que busca assegurar justiça e segurança para todos os cidadãos nas ruas de nossas cidades.
