O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira (1°) que o governo e o Banco Central precisam encontrar novas fontes de financiamento para o setor imobiliário, diante da retirada de recursos da poupança, principal fonte de crédito habitacional no Brasil. Lula destacou a necessidade de impulsionar a contratação de financiamento para a classe média, ampliando a abrangência do programa habitacional.
Lula reforça empenho na ampliação do crédito para a classe média
Durante cerimônia de entrega do programa Minha Casa, Minha Vida no Palácio do Planalto, Lula afirmou que a reunião realizada em junho resultou na elaboração do maior programa habitacional do país, voltado também para a classe média. “Não só casa para os pobres, mas casa para classe média. Casa para um cidadão que trabalha e ganha até R$ 12 mil também tem direito a uma casa”, declarou.
Ele cobrou respostas do governo, dos ministérios e do Banco Central sobre a proposta elaborada há mais de um mês, ressaltando que, até o momento, ainda não há uma definição final. “Me pediram 30 dias e já estamos em agosto. Eu quero uma resposta clara desses envolvidos”, afirmou Lula, dirigindo-se ao ministro das Cidades, Jader Filho, ao ministro da Casa Civil, Rui Costa, ao presidente da Caixa Econômica Federal, Carlos Vieira, à vice-presidente de Habitação da Caixa, Inês Magalhães, e ao presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo.
Saques na poupança e limitações atuais
Dados do Banco Central apontam que, em 2025, a poupança já registra um resgate líquido de R$ 49,6 bilhões até julho. Em junho, o resgate líquido foi de R$ 2,1 bilhões, o segundo mês consecutivo de resultado positivo após quatro meses de saques. Entre os motivos para os saques, estão a manutenção da taxa básica de juros (Selic) em alta, que torna outros investimentos mais atrativos.
Medidas para expansão do crédito imobiliário
Uma das sugestões do governo, apresentada pelo ministro Jader Filho, é a liberação dos depósitos compulsórios da poupança, atualmente fixados em 20% sobre os recursos captados pelos bancos. A proposta é reduzir esse percentual, aumentando os recursos disponíveis para concessão de crédito habitacional. Segundo Jader, 80% do dinheiro liberado deverá ser destinado exclusivamente à habitação, com limites na taxa de juros.
“Se não tivermos esses limites, os recursos podem acabar indo para outros setores, como construção de shopping centers. Nosso foco é a casa, e a prioridade é a classe média que hoje encontra dificuldades para obter financiamento”, destacou o ministro das Cidades.
Novas entregas do programa Minha Casa, Minha Vida
Lula participou da entrega simultânea de 1.876 unidades habitacionais em seis cidades das regiões Norte e Nordeste, incluindo empreendimentos na Bahia, Ceará, Maranhão, Piauí e Tocantins. Segundo o presidente, essas ações reforçam o compromisso do governo com a dignidade do cidadão.
“Se a pessoa tiver uma casa perto de escola, de comércio, de transporte público, ela consegue viver com dignidade. É isso que estamos construindo, casas melhores, em locais mais acessíveis, com equipamentos públicos”, explicou Lula.
O governo pretende estabelecer um diálogo próximo com o Banco Central para ajustar os limites de recursos destinados ao crédito imobiliário, buscando fortalecer o programa habitacional e ampliar o acesso às famílias de classe média.
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