O governo dos Estados Unidos anunciou nesta quinta-feira (31) uma nova ordem executiva que modifica e amplia as tarifas sobre produtos de vários países, com alíquotas variando entre 10% e 41%. As novas taxas de importação passarão a valer a partir de 7 de agosto, segundo anunciou a Casa Branca, como medida para responder a práticas comerciais consideradas injustas e proteger interesses econômicos norte-americanos.
Impacto e países mais afetados pelo tarifaço
Após a atualização, o Brasil mantém a maior tarifa aplicada, de 50%, sobre as exportações para os EUA. O país segue na liderança entre os mais penalizados, seguido por Síria, com 41%, e Laos e Mianmar, ambos com 40%. Países como o Reino Unido e as Ilhas Malvinas permanecem com as menores taxas, de 10%.
De acordo com o mapa divulgado pela G1, os países mais impactados pela nova rodada de tarifas incluem diversos do continente africano, Ásia, Europa e América do Sul, refletindo uma estratégia de aumento de pressões comerciais por parte dos EUA.
Repercussões do aumento das tarifas
O presidente Donald Trump justificou as mudanças destacando que as tarifas elevadas são uma resposta às políticas comerciais de outros países, especialmente o Canadá, que teve sua tarifa elevada de 25% para 35%, em meio às negociações comerciais. Trump afirmou também que qualquer país que não tivesse fechado um acordo com os EUA até a última sexta-feira (1º) estaria sujeito a tarifas mais altas.
“Eles têm que pagar uma tarifa justa — só isso. É muito simples”, declarou Trump durante evento na Casa Branca. O mandatário acrescentou que o Canadá, com quem tentava negociar, não tinha realizado contato antes do prazo final, e que “seria muito difícil” chegar a um acordo após Ottawa reconhecer o Estado Palestino.
Exceções e setores poupados
Apesar do impacto de até 50% nas tarifas, o Brasil obteve uma lista de exceções na nova tarifação, ampliando sua proteção em setores estratégicos como o aeronáutico, energético e agrícola. Contudo, setores de café, carne bovina e frutas seguirão sendo afetados com tarifas elevadas, podendo prejudicar a balança comercial brasileira, uma vez que os EUA são o segundo maior destino das exportações nacionais, atrás da China.
Segundo análises do setor, a medida pode gerar reflexos diretos na economia, especialmente em segmentos exportadores expedidos ao mercado norte-americano. “Aumentos tarifários dessa magnitude dificultam a competitividade, podendo elevar preços ao consumidor final e reduzir o volume exportado”, avalia a consultoria G1.
Contexto e próximos passos
A nova ordem executiva marca uma ampliação das tarifas anunciadas por Trump em julho, quando envios de cartas a países estabeleciam tarifas entre 20% e 50%, com aplicação prevista caso não houvesse acordo comercial. A implementação dessas novas tarifas reforça a postura de maior proteção aos interesses econômicos americanos, podendo afetar as relações comerciais globais nas próximas semanas.
Especialistas apontam que a prolongada guerra tarifária pode gerar impactos não apenas econômicos, mas também diplomáticos, dificultando negociações internacionais e reacendendo tensões globais relacionadas ao comércio exterior. Os efeitos concretos, entretanto, ainda dependerão de como países e empresas irão reagir às novas tarifas a partir de agosto.