O presidente Donald Trump anunciou nesta quinta-feira (31) que manterá uma tarifa mínima global de 10% e aplicará sobretaxas de até 50% a produtos de países com superávit comercial com os Estados Unidos, incluindo o Brasil. A medida foi divulgada horas antes do prazo de implementação, gerando impacto no mercado internacional.
Tarifa para o Brasil e efeitos da sobretaxa
Segundo a Casa Branca, a tarifa recíproca ao Brasil permanece em 10%. Contudo, o decreto assinado por Trump estabeleceu uma sobretaxa de 40% para várias exportações brasileiras para os EUA, elevando a tarifa total para 50%. A medida visa pressionar o Brasil a alterar suas políticas comerciais e reforçar a posição dos EUA em negociações bilaterais.
O anúncio ocorre após a imposição, por parte de Trump, de aumentos tarifários sobre importações de diversos países, incluindo uma elevação de 25% para 35% nas tarifas sobre produtos canadenses, com efeito imediato nesta sexta-feira. A declaração foi feita poucos minutos antes do prazo limite estabelecido pelo governo americano.
Reação do mercado e lista de tarifas adicionais
Nos primeiros movimentos na Ásia, os mercados apresentaram reação moderada. O dólar canadense e o rand sul-africano tiveram pouca variação, enquanto o baht tailandês e o franco suíço tiveram leves quedas. Especialistas avaliam que os investidores não se surpreenderam, dada a rotina de tensões comerciais promovidas pelos EUA.
A Casa Branca também divulgou uma lista de tarifas adicionais para importações de países que ainda não concluíram acordos, incluindo tarifas de 25% para a Índia, 20% para Taiwan, e até 39% para produtos suíços. Países como Tailândia e Camboja receberam uma tarifa de 19%, após negociações de última hora.
Classificação por grupos e justificativas do governo
Segundo um alto funcionário do governo dos EUA, que preferiu não se identificar, os países foram divididos em três grupos:
- 10% para aqueles com superávit comercial;
- Cerca de 15% para países com acordos ou déficit modesto;
- Tarifas mais altas para os que possuem grandes déficits e sem acordos.
Além disso, Trump justificou as novas tarifas como uma forma de “incentivar a manufatura doméstica e defender as indústrias americanas”, ressaltando negociações em andamento com diferentes países.
Impactos para parceiros comerciais e objetivos de Trump
O aumento das tarifas é visto como uma estratégia de pressão para reequilibrar as relações comerciais e fortalecer a posição dos EUA em negociações internacionais. Países como Cuba, Laos, Myanmar, e Arábia Saudita tiveram suas tarifas ajustadas a até 41%, enquanto outros, como a União Europeia e o Líbano, ainda não tiveram seus níveis alterados.
Especialistas alertam que as medidas podem gerar retaliações e afetar cadeias de suprimentos globais. No entanto, o governo americano espera que a política protecionista estimule a economia interna e reduza o déficit comercial com seus aliados.
Perspectivas futuras e possíveis repercussões
O governo dos EUA não divulgou uma data exata para início das tarifas, mas sinalizou que as mudanças terão efeitos amplos e duradouros. O impacto na relação com o Brasil, principal foco de cobrança, deve ser avaliado nas próximas semanas, especialmente considerando o peso das exportações brasileiras para o mercado norte-americano.
Enquanto isso, o mercado financeiro acompanha atento às movimentações diplomáticas e às possíveis negociações de última hora para evitar confrontos comerciais mais profundos. A expectativa é de que novas rodadas de diálogo possam reduzir os efeitos das tarifas e estabilizar a relação econômico-comercial entre Brasil e Estados Unidos.
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