Brasil, 1 de agosto de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Tatuagens antigas de múmia siberiana revelam criaturas míticas

Pesquisadores descobrem tatuagens de 2.500 anos de idade em múmia siberiana, incluindo leões, tigres e seres míticos.

A fascinante descoberta de tatuagens complexas em uma múmia de 2.500 anos da Sibéria trouxe à tona uma nova dimensão das práticas culturais de uma antiga civilização. Utilizando tecnologia avançada de imagem, pesquisadores conseguiram revelar desenhos intricados que incluem leões, tigres, veados, galo e até mesmo criaturas míticas perdidas no tempo.

A múmia e suas tatuagens

A múmia, identificada como pertencente a uma mulher que tinha cerca de 50 anos na época de sua morte, faz parte da cultura nômade Pazyryk, que habitava as terras entre a China e a Europa. Os cientistas realizaram varreduras que revelaram detalhes “intrincados, nítidos e uniformes” das tatuagens, que estavam invisíveis a olho nu devido ao escurecimento da pele ao longo dos séculos.

“As análises realmente ressaltam o quão sofisticadas essas pessoas eram”, comentou o Dr. Gino Caspari, líder da pesquisa no Instituto Max Planck de Geoantropologia e na Universidade de Berna.

Tatuagens, cultura e tecnologia

De acordo com o Dr. Caspari, a tatuagem era uma prática provavelmente comum na pré-história, embora poucos vestígios tenham se preservado em boas condições para análise. As chamadas “múmias de gelo” das montanhas Altai na Sibéria estavam frequentemente envoltas em tumbas de gelo, o que ajudou a preservar a pele e, consequentemente, as tatuagens.

As imagens foram recuperadas utilizando fotografia digital em infravermelho no Museu Hermitage, em São Petersburgo, na Rússia, marcando a primeira vez em 2.500 anos que esses desenhos tornam-se visíveis novamente.

Os designs extraordinários

As tatuagens exibem uma riqueza de detalhes impressionantes, a ponto de um tatuador moderno encontrar dificuldade em reproduzi-las. Em seu antebraço direito, a mulher apresentava leões e tigres emaranhados ao redor da cabeça de dois veados, enquanto em seu braço esquerdo figurava uma criatura mitológica semelhante a um grifo, lutando contra um veado.

“Corpos traseiros torcidos e cenas de batalha realmente intensas de animais selvagens são típicas da cultura”, explicou o Dr. Caspari ao relatar a relevância cultural das obras de arte corporal da mulher.

Métodos de tatuagem e materiais utilizados

Os detalhes das tatuagens também revelaram sofisticadas técnicas de aplicação. O estudo indicou que os traços foram criados utilizando ferramentas feitas de materiais naturais e biodegradáveis, típicas de práticas antigas de tatuagem. Alguns traços foram obtidos com uma ferramenta multi-ponto, enquanto outros foram feitos com uma ferramenta de ponto único mais fina. Além disso, os pesquisadores conseguiram identificar pontos onde o tatuador parou de trabalhar e recomeçou, observando sobreposições nas linhas.

Segundo Aaron Deter-Wolf, coautor do estudo e especialista em tatuagens antigas, “muitas culturas ao redor do mundo tradicionalmente usavam aglomerados de espinhos de plantas e espinhos para fazer tatuagens”. Ele sugere que a ferramenta multi-ponto era um conjunto de pontas agrupadas, provavelmente amarradas com linha ou tendão.

Relevância da descoberta

A descoberta das tatuagens representa não apenas um vislumbre da arte e da estética de uma civilização antiga, mas também uma adição valiosa ao nosso entendimento sobre as práticas culturais dos povos nômades do passado. À medida que as pessoas ao redor do mundo se conectam cada vez mais a suas heranças, a importância de preservar e compreender tais achados se torna evidente.

Essas revelações emocionaram a equipe de pesquisa, com o Dr. Caspari afirmando que “os desdobramentos da tecnologia atual nos trazem mais perto de compreender as pessoas por trás da arte, como elas trabalhavam e aprendiam. As imagens ganharam vida de novo”.

O estudo dessas tatuagens não só ilumina práticas estéticas antigas, mas também ressalta a resiliência cultural dos povos que viveram há milênios. À medida que mais pesquisa é realizada, pode-se esperar que novas informações venham à tona, oferecendo insights sobre a vida e as crenças das civilizações que moldaram nosso passado.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes