Brasil, 31 de julho de 2025
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Tarifa de 50% imposta por EUA pode afetar carne, café e tilápia no Brasil

Medida de Donald Trump impacta exportações brasileiras, podendo influenciar preços e produção de carne, café e tilápia no país

A partir da próxima semana, os Estados Unidos passarão a aplicar uma tarifa de 50% sobre as vendas brasileiras de carne bovina, café e tilápia, como parte de uma medida de Trump. Embora o efeito direto no consumidor brasileiro seja limitado, especialistas alertam que o tarifaço pode afetar o mercado interno e a produção desses alimentos.

Impacto das tarifas na carne, café e tilápia

Carne bovina

Segundo análises do setor, a tarifa pode elevar os custos de produção no Brasil. Wagner Yanaguizawa, especialista em proteína animal do Rabobank, explica que, inicialmente, os preços da carne podem cair devido à redução das exportações para os EUA. Porém, a expectativa é que, no médio prazo, os preços subam por causa da menor quantidade de abates, que já vinha sendo dificultada por outros fatores, como a valorização do animal para reprodução.

O Brasil já envia 12% de sua carne bovina para os EUA, sendo o segundo maior mercado comprador, atrás da China. Caso a exportação para os americanos seja reduzida, o setor deverá redirecionar parte da produção para países como o Egito, que vem aumentando sua demanda.

Café

O setor cafeeiro acredita que o impacto do tarifaço nos preços do café no Brasil será mínimo, ao menos inicialmente. A expectativa é que exportadores e importadores consigam chegar a um acordo para manter as vendas, sem precisar repassar o aumento para o consumidor brasileiro.

Apesar disso, a cotação do café no mercado interno sofreu uma leve queda em julho, influenciada pelo aumento da safra de café robusta, que possui menor preferência nos EUA. Como a colheita ocorre uma vez por ano, alterações nos preços devem ser repassadas ao mercado ao longo do tempo.

Tilápia

O setor de piscicultura enfrenta maior risco de impacto. Como 90% da tilápia brasileira é exportada para os EUA, a tarifa de 50% pode desencadear uma redução nas vendas externas, fazendo sobrar mais peixe no mercado interno e pressionando os preços para baixo. A tendência é que, com a redução das exportações, o produto seja redirecionado ao consumo doméstico, aumentando a oferta e diminuindo os valores.

Perspectivas de mercado e desafios futuros

Especialistas alertam que a duração da tarifa é uma incógnita e seu impacto depende do tempo de vigência. Se os EUA mantiverem a tarifa por um período prolongado, o mercado americano poderá buscar outros fornecedores, enquanto o Brasil precisaria ampliar suas vendas para outros países.

O cenário também pode gerar oscilações de preços no Brasil, com efeitos tanto para cima quanto para baixo. A redução de custos na produção, como a queda de 7,21% no preço do boi gordo em um mês, pode ser revertida em preços mais altos no mercado interno, após o período inicial de ajuste.

Risco de perdas e ajustes no setor

Segundo César de Castro Alves, gerente de consultoria do Itaú BBA, o Brasil pode perder US$ 1 bilhão em exportações de carne bovina aos EUA em 2025 devido à tarifa. Quanto ao café, a expectativa é que as vendas continuem normalmente, sem impactar os preços internos, ao menos no curto prazo.

Já na piscicultura, o principal desafio será a adaptação do setor às menores exportações, com risco de redução na produção futura caso os preços internos se mantenham baixos por tempo demais. O presidente da Associação Brasileira de Piscicultura (PeixeBR), Francisco Medeiros, destaca que o aumento de produto disponível no mercado local pode encarecer o peixe ao longo do tempo.

Para mais detalhes, consulte o artigo completo no G1.

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