Brasil, 1 de agosto de 2025
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Tarifa de 40% nos EUA pode impactar preços de carne, café e frutas exportados pelo Brasil

Nova tarifa de Donald Trump, que soma 40%, deve afetar preços de alimentos brasileiros exportados para os EUA a partir de agosto

A imposição de uma tarifa de 40% anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que se soma aos atuais 10%, deve impactar os preços de alimentos básicos exportados pelo Brasil, como carnes, café e frutas. A medida entra em vigor a partir de 7 de agosto e pode alterar a dinâmica do mercado internacional.

Impactos da tarifa nos principais setores exportadores
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Segundo especialistas, a maioria dos produtos brasileiros destinados ao mercado americano será afetada, embora alguns permanecem isentos, como o suco de laranja, amplamente utilizado pela indústria de refrigerantes dos EUA. Para carnes e frutas, o efeito pode ser uma pressão nos preços internos e uma redução na competitividade das exportações.

Preços das carnes e tendências atuais

As carnes bovinas, que vinham em queda após alta de quase 21% no ano passado, já mostram sinais de recuo. Entre 1º e 30 de julho, o preço da arroba do boi gordo caiu de R$ 310,65 para R$ 294,20, uma retração de 5,29%. O economista Fábio Romão, da LCA 4Intelligence, avalia que a alta oferta devido ao abate de gado durante o inverno e às incertezas com a tarifa colaboram para a queda.

“As incertezas causadas pela taxação, aliadas ao aumento na oferta de gado, pressionam as cotações. Com dificuldades para exportar, a oferta doméstica aumenta e o preço cai”, explica Romão.

Mercado de café e frutas sob o efeito das tarifas

O café, por sua vez, apresenta oscilações sem uma tendência clara de alta ou baixa, registrando uma leve queda de 0,57% na cotação do café arábica em julho, de R$ 1.807,41 para R$ 1.797,02 por tonelada. As frutas, especialmente as mangas, já enfrentam redução de preços no Vale do São Francisco, principal região de exportação de mangas e uvas para os EUA.

Guilherme Coelho, presidente da Associação Brasileira de Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados, afirma que o preço do quilo da manga pode cair de R$ 1,20 para R$ 0,30 se a quantidade de 48 mil toneladas enviada aos EUA ficar no mercado interno. “O produtor pode sofrer prejuízos se o preço baixar demais”, alerta.

Reações e estratégias do setor

Executivos do setor acreditam que o impacto para o consumidor será pequeno, pois frigoríficos já ajustaram suas estratégias de produção. Sérgio Capucci, vice-presidente do Sindicato das Indústrias de Frios, Carnes e Derivados de Mato Grosso do Sul, declarou que o efeito prático, até agora, foi uma redução de aproximadamente 5% nos preços de carne, sem diminuição da produção.

Especialistas também apontam que o governo prevê uma negociação difícil com os Estados Unidos, mesmo após a flexibilização da tarifa. Segundo Lucas Bezerra, do Cepea, a alta oferta de gado e a sazonalidade da produção de carne, frutas e café podem ampliar os efeitos do tarifaço no mercado interno e externo.

Perspectivas futuras

O impacto da medida deve chegar ao varejo entre agosto e setembro, evoluindo para uma possível redução dos preços de alimentos no mercado interno. Contudo, o cenário permanece incerto e depende de negociações internacionais e da adaptação dos produtores brasileiros.

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