O setor industrial de Sertãozinho, em São Paulo, celebrou uma boa notícia que promete reverter a onda de incertezas financeiras: a isenção de tarifas de importação para alguns produtos brasileiros pelos Estados Unidos. Essa medida recém-anunciada desobriga diversas mercadorias de uma taxação que chegava a 50%, permitindo que as empresas da região, que dependem fortemente do mercado americano, possam respirar aliviadas e retomar seus planos de expansão.
Mudanças benéficas para empresas locais
Uma das empresas beneficiadas com essa isenção é especializada na produção de sensores de pressão, temperatura e controladores de precisão para automação industrial. A maior parte da produção local é exportada para 55 países, com os Estados Unidos destacando-se como um mercado chave. Libanio Carlos de Souza, diretor da empresa, expressou sua satisfação com a nova medida, que garante a competitividade dos produtos fabricados em Sertãozinho no exigente mercado americano.
“Ficamos muito apreensivos com a possibilidade de 50% de taxa sobre nossos produtos. Agora, com essa definição, podemos retomar nossos planos com mais segurança”, afirmou Libanio. Essa declaração exemplifica o alívio generalizado entre os empresários da região, que esperam que a isenção propicie novos investimentos e oportunidades.
Impacto da nova tarifação e sua importância
Apesar do carnaval de alívio em Sertãozinho, é importante ressaltar que os produtos brasileiros ainda permanecem sujeitos a uma taxa de 10% imposta desde abril deste ano. No entanto, Libanio encara essa taxa como uma possível vantagem competitiva em comparação com outras potências industriais que enfrentam taxações ainda mais altas. Segundo ele, enquanto o Brasil enfrenta esse imposto de 10%, Japão e países europeus estão lidando com taxas de 15%.
“É preciso sempre encontrar uma forma de competir, e acredito que estamos em uma posição razoável no cenário global”, explicou Libanio. A nova isenção traz uma estabilidade aguardada pelos empresários, que agora se sentem mais confiantes para investir e explorar o potencial de exportação de seus produtos.
Sertãozinho: um polo industrial em crescimento
A cidade de Sertãozinho vem se destacando como um importante polo industrial exportador. Com exportações que alcançaram US$ 796 milhões no ano passado, houve um crescimento de quase 14% em comparação a 2023. Somente até junho deste ano, o valor já estava em US$ 206 milhões. Os principais produtos exportados incluem açúcar, carne e peças industriais, tendo os Estados Unidos, China, Índia e Indonésia como os principais destinos.
Em sua cartela de isenção, o governo americano abrangeu não apenas os produtos industriais, mas também uma ampla gama de itens que vão de carros, caminhões e equipamentos para áudio e vídeo a produtos agrícolas e fertilizantes. Essa diversidade indica uma tentativa do governo dos EUA de manter um fluxo de comércio mais equilibrado, impulsionando não apenas sua própria economia mas também a de seus parceiros comerciais, incluindo o Brasil.
O futuro do setor após a decisão dos EUA
Com uma força de trabalho de cerca de 23 mil pessoas, a indústria em Sertãozinho está alimentada pela confiança renovada que a isenção de tarifas trouxe. Libanio ressalta que o estabelecimento de regras claras é vital para o crescimento dos negócios. “A incerteza é prejudicial para qualquer empresário. Agora, conseguimos traçar estratégias e avaliar nosso potencial de crescimento. O comércio deve se ajustar, mas a estabilidade das regras é fundamental para isso”, concluiu.
Os próximos meses serão cruciais para a avaliação dos impactos reais dessa decisão na economia brasileira, especialmente para setores que dependem de exportações. A movimentação também pode servir como um indicativo de como o Brasil pode se preparar para futuras negociações com o comércio internacional e melhorar a competitividade de seus produtos no exterior.
Para mais informações sobre o contexto econômico e as indústrias de Sertãozinho, não deixe de acompanhar as atualizações do portal g1 Ribeirão Preto e Franca.
