Após um ataque que resultou na morte de quatro pessoas em um prédio de escritórios em Midtown Manhattan, o senador republicano John Kennedy, do estado da Louisiana, causou indignação ao minimizar a possibilidade de novas legislações de controle de armas. Em entrevista à Fox News, Kennedy declarou que “tudo que se pode fazer neste momento é lamentar” as vítimas do tiroteio ocorrido nesta semana.
Declarações controversas de Kennedy sobre controle de armas
Durante entrevista com o âncora Sean Hannity, Kennedy afirmou que “há centenas, talvez milhares” de leis de controle de armas nos Estados Unidos e que “não precisamos de mais controle, mas, sim, de mais idiota”. Ele acrescentou que “não quero ouvir ninguém sentindo pena” do atirador responsável pelo massacre, reforçando sua posição contrária às medidas restritivas.
Kennedy costuma relacionar seus argumentos às ações policiais e chegou a sugerir o retorno de uma versão mais agressiva da estratégia “stop and frisk” em Nova York, considerada inconstitucional em 2013 por direcionar ações desproporcionais contra black e latinos, conforme relatórios históricos.
Histórico de posicionamento e críticas
O senador, que mantém uma taxa de aprovação de 92% pelo National Rifle Association desde sua primeira eleição ao Senado em 2016, é conhecido por sua forte oposição ao controle de armas. Kennedy já utilizou a expressão “controle de idiotas” em resposta a diversos episódios de violência armada, incluindo tiroteios em escolas e espaços públicos, como o ataque na escola de Parkland em 2018 e a tragédia na Universidade de Boulder, em 2021.
Contexto atual e impacto da violência armada nos EUA
O tiroteio de Midtown Manhattan é um dos mais de 250 ataques dessa natureza registrados nos Estados Unidos em 2025, de acordo com a Gun Violence Archive. Até agora, o país contabiliza mais de 8.500 mortes e 15.700 feridos relacionados à violência com armas de fogo neste ano.
A declaração de Kennedy ocorre em meio ao aumento dos episódios de violência armada no país, reforçando o debate polarizado entre defesa do direito ao porte de armas e a necessidade de regulações mais rígidas para evitar tragédias futuras.
Reações públicas e repercussão
As declarações do senador geraram reações de surpresa e críticas nas redes sociais. Especialistas e grupos de direitos civis condenaram a postura, ressaltando que a rejeição às leis de controle de armas contribui para a banalização da violência nos Estados Unidos.
A discussão sobre o tema deve dominar o cenário político nas próximas semanas, enquanto autoridades buscam medidas para lidar com a escalada da violência armada, ao mesmo tempo em que enfrentam resistência de setores conservadores.
Para mais informações sobre o debate sobre controle de armas nos EUA, acesse a Gun Violence Archive.