Após a tragédia que deixou quatro mortos em um prédio comercial de Midtown Manhattan, o senador republicano John Kennedy (R-LA.) afirmou que o país já possui “duzentas ou trezentas” leis de armas e que o que se precisa é de mais “idiot control”. Kennedy participou de entrevista na Fox News nesta segunda-feira e criticou propostas de legislação para prevenir tiroteios em massa.
Declarações polêmicas sobre controle de armas e segurança pública
Durante o programa de Sean Hannity, Kennedy declarou: “Tudo que se pode fazer num momento assim é sentir pena pelas vítimas”, antes de prever que seus colegas irão defender mais leis de controle de armas na manhã seguinte. Ele acrescentou, com tom provocativo, que o país já tem muitas leis de controle de armas e que o real problema são as pessoas que praticam a violência.
“Nós não precisamos de mais controle de armas, precisamos de mais idiota control”, afirmou Kennedy, destacando a sua postura contrária a medidas de restrição de armas. Conhecido por seu posicionamento agressivo contra regulações, o senador mantém uma alta pontuação (92% ou mais) na avaliação da National Rifle Association (NRA), desde sua eleição em 2016, conforme dados do Vote Smart.
Reintrodução de “stop and frisk” e controvérsias
Na entrevista, Kennedy também sugeriu a possibilidade do retorno de uma versão mais agressiva da estratégia policial “stop and frisk”, considerada inconstitucional em 2013, por atingir desproporcionalmente negros e latinos. A medida é vista por críticos como uma violação de direitos civis na cidade de Nova York.
O senador afirmou: “Um método mais agressivo pode ser necessário para combater a criminalidade”, o que gerou reações contrárias de ativistas e lideranças de direitos civis que repudiaram a ideia de reforçar uma prática que sofreu severas críticas por suas suas violações de direitos humanos.
Contexto da violência armada nos EUA em 2025
O ataque de segunda-feira em Manhattan soma-se a mais de 250 tiroteios em massa no país somente neste ano, segundo o Gun Violence Archive. Até agora, 8.590 pessoas morreram por violência armada e outras 15.704 ficaram feridas em 2025.
Kennedy, que há anos resiste à implementação de medidas mais restritivas, reforça sua posição ao defender “mais idiota control”, uma expressão que critica suas adversárias e propostas de controle de armas pelo governo federal. Sua postura ocorre em meio a uma crescente pressão por mudanças na legislação para diminuir a violência por armas nos Estados Unidos.
Especialistas e organizações de direitos civis continuam pedindo por políticas mais rígidas, enquanto políticos como Kennedy reforçam uma narrativa de resistência às regulações existentes, mesmo após episódios como o ocorrido em Nova York.
Este artigo foi originalmente publicado pelo HuffPost, que acompanha de perto os desdobramentos da violência armada e da política nos Estados Unidos.