Brasil, 1 de agosto de 2025
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Por que ameaças de Trump não vão mudar o curso de Putin na Ucrânia

As declarações de Trump para pressionar Putin na guerra da Ucrânia não parecem ter efeito na estratégia russa, que aposta na resistência prolongada.

Na segunda-feira, o presidente Donald Trump sinalizou impaciência com Vladimir Putin ao afirmar que a Rússia deveria cessar os combates na Ucrânia em 10 ou 12 dias, sob pena de novas sanções e tarifas secundárias. No entanto, especialistas acreditam que essa ameaça deve ter pouco impacto na trajetória da ofensiva russa.

Por que Putin não se intimida com pressões externas

Apesar de a guerra ter custado caro à Rússia — com mais de um milhão de baixas e perdas econômicas — Putin acredita que o tempo está ao seu favor. O presidente russo aposta na continuação da ofensiva, na esperança de conquistar mais território na região leste da Ucrânia e desgastar a resistência ucraniana, que ainda não conseguiu impedir ataques de mísseis e drones às cidades do país.

Mesmo com o fortalecimento da NATO e a saída de quase um milhão de jovens russos do país, o Kremlin mantém sua estratégia de pressão máxima, sabendo que o fim do conflito depende menos de pressão externa e mais de seus próprios termos e interesses estratégicos.

A resistência de Zelensky e a falta de negociação

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, enfrenta dificuldades internas, como um desgaste político e a percepçãao de que os sacrifícios feitos até aqui não serão suficientes para obter condições de negociação favoráveis. Os ucranianos, emocionalmente exaustos, não confiam em promessas russas e desejam continuar lutando até alcançar resultados concretos.

Limitações da influência de Trump na crise

Apesar de ter sinalizado possíveis tarifas e sanções contra países que mantenham relações comerciais com a Rússia, Trump não possui um poder efetivo para pressionar diretamente Putin. Sua prioridade atual na política internacional está voltada para acordos comerciais com China e Índia, principais consumidores de energia russa.

Sanções da União Europeia, como os limites de preço do petróleo, também têm impacto limitado, já que a Rússia contorna as restrições com transporte por via marítima por meio de frota clandestina. Assim, o esforço de Occidente para pressionar Moscou não parece suficiente para alterar significativamente a estratégia russa no momento.

O que permanece na mente de Putin

Uma hipótese considerada por analistas é que Putin, ao prolongar o conflito, esteja agindo por uma convicção de que a vitória definitiva ainda é possível ou por uma subestimação do quanto a Rússia tem a perder. Sua decisão de invadir foi, afinal, uma avaliação equivocada do poder de resistência da Ucrânia.

Por ora, Putin continua apostando na prolongação da guerra, na esperança de que, com o tempo, os custos de manter o conflito se tornem insustentáveis para os adversários e aliados ocidentais, mesmo sabendo que essa estratégia carrega riscos enormes para sua autoridade e para o futuro da Rússia.

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