Brasil, 31 de julho de 2025
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Pandemia acelerou envelhecimento cerebral em jovens e adultos

Pesquisa aponta que o Covid-19 e o impacto social da pandemia aumentaram o envelhecimento do cérebro em quase seis meses, mesmo em quem não contraiu o vírus

Estudo publicado na revista Nature Communications revela que a pandemia de Covid-19 acelerou o envelhecimento cerebral, mesmo em indivíduos que não tiveram a doença. Segundo os pesquisadores, a média de envelhecimento do cérebro aumentou em cerca de 5,5 meses após o início da crise global.

Como a pandemia afetou nosso cérebro

A pesquisa analisou quase 1.000 exames cerebrais de participantes do estudo UK Biobank, com dados coletados antes e depois da pandemia. Utilizando técnicas de aprendizado de máquina e de neuroimagem, os cientistas estimaram a idade cerebral dos indivíduos.

Após comparar os exames, os autores observaram que o envelhecimento do cérebro ocorreu mais rapidamente, mesmo em quem não foi infectado pelo Covid-19. “O que mais me surpreendeu foi que até pessoas que não tiveram Covid apresentaram aumentos significativos na taxa de envelhecimento cerebral”, afirmou o autor principal do estudo, Dr. Ali-Reza Mohammadi-Nejad.

Impactos indiretos da pandemia na saúde cerebral

Embora o estudo não tenha investigado as causas exatas, os autores sugerem que fatores sociais e ambientais, como isolamento, redução de atividades físicas e maior consumo de álcool, podem ter contribuído para esse envelhecimento acelerado.

“A saúde do cérebro é influenciada não apenas por doenças, mas também pelo nosso ambiente diário”, explicou a professora Dorothee Auer, do Departamento de Neuroimagem da Universidade de Nottingham. Ela acrescentou que pessoas em situação de vulnerabilidade social parecem ter sofrido ainda mais esse impacto.

Perspectivas e possíveis reversões

Embora ainda não se saiba se essas alterações podem ser revertidas, os autores ressaltam que há esperança. “É possível que, com a retomada de rotinas mais saudáveis, esses efeitos possam diminuir ou desaparecer”, completou Auer.

O estudo reforça a importância de cuidados com a saúde mental e social, sobretudo em momentos de crise, para proteger o cérebro dos efeitos do estresse prolongado. A pesquisa contribui para o entendimento de como o contexto do desaparecimento do isolamento pode influenciar a saúde cerebral a longo prazo.

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