Nesta segunda-feira (29), a deputada republicana Marjorie Taylor Greene (Georgia) se tornou a primeira membro do Congresso dos EUA a declarar a crise humanitária em Gaza como um genocídio. A declaração aconteceu após o reconhecimento por parte do ex-presidente Donald Trump de que há uma fome severa na região, que controla o acesso de ajuda aos mais de 2 milhões de palestinos.
Greene denuncia a gravidade da situação em Gaza
Em uma publicação na plataforma X, Greene afirmou que o que ocorre em Gaza é um “genocídio, crise humanitária e fome” e criticou colegas que têm minimizado a situação. “É o mais verdadeiro e fácil de dizer que 7 de outubro em Israel foi horrível, mas o que está acontecendo em Gaza também é genocídio”, escreveu. A deputada também reagiu às declarações de Trump, que, durante visita à Escócia, comentou sobre as imagens de crianças debilitadas e mortas na faixa de Gaza.
Desentendimentos e posições controversas no Congresso
Greene criticou duramente o colega deputado Randy Fine, que teria falado de forma mais approving da deterioração da situação na faixa de Gaza. “Um representante judeu dos EUA apoiando a fome contínua de civis inocentes e crianças é uma vergonha”, declarou. Ela também reforçou que suas palavras refletem uma postura única entre os republicanos, que tendem a evitar condenações abertas à ação de Israel na região.
Contexto internacional e respostas de figuras públicas
Na ocasião, Trump comentou que ficou perturbado com as imagens de crianças debilitadas, algumas pesando menos que ao nascer. Ele evitou confirmar se concorda com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, que nega que civis palestinos estejam morrendo de fome, acusando Hamas de usar ajuda humanitária para fins militares. “Não sei”, disse Trump, ao ser questionado sobre sua opinião, acrescentando: “Porque aquelas crianças parecem muito famintas”.
Imagens impactantes alimentam debates globais
Fotos de crianças exaustas e doentes têm circulado internacionalmente, acentuando a crise. Especialistas alertam que há uma crescente preocupação com o agravamento da fome na região e as ações do governo israelense em bloquear ajuda humanitária, acusando Hamas de desvio de recursos.
Segundo a The New York Times, há evidências de que Israel possui informações de que grupos armados palestinos estão se aproveitando da assistência internacional, embora oficiais israelenses neguem que civis estejam morrendo de fome de forma consciente.
Repercussões no cenário político internacional
As declarações de Greene representam uma postura mais radical em relação ao conflito, diferenciando-se do consenso de outros membros do Congresso, que ainda evitam usar termos como “genocídio”. Enquanto isso, a crise humanitária em Gaza acumula clamor internacional por uma intervenção efetiva que minimize o sofrimento da população civil e facilite o acesso a ajuda emergencial.