Brasil, 31 de julho de 2025
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EUA sancionam Alexandre de Moraes e reforçam tensões com Brasil

Sanções americanas contra Moraes provocam reação do STF e do governo brasileiro; Tarifa de Trump é parcialmente mantida em meio a atual instabilidade

Os Estados Unidos aplicaram sanções financeiras contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, na última quarta-feira (30), com base na Lei Magnitsky, em uma medida inédita na relação bilateral entre os países. A decisão ocorre em meio a tensões políticas e provoca forte reação do governo e do Judiciário brasileiro.

Sanções contra Moraes baseadas na Lei Magnitsky

O governo americano anunciou a punição que inclui o bloqueio de bens no território estadunidense, proibição de entrada nos EUA e restrições a transações financeiras com empresas americanas. Segundo fontes oficiais, a medida busca responsabilizar Moraes por possíveis violações de direitos humanos e condutas relacionadas a processos envolvendo figuras políticas brasileiras, como o ex-presidente Jair Bolsonaro.

A decisão marca uma escalada sem precedentes nas relações bilaterais, especialmente pelo fato de Moraes ter sido relator de episódios sensíveis, como a tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro de 2023. O ministro também foi alvo de críticas internas ao STF, que considerou a medida uma interferência na soberania nacional.

Reações do Supremo e do governo brasileiro

O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, reagiu de forma firme, classificando a sanção como uma tentativa de intimidação. Em nota, afirmou que a medida é um “ato de ataque à soberania nacional” e reforçou que o Brasil não aceitará ingerências externas em suas instituições.

O presidente Lula também criticou duramente a ação dos EUA, classificando a sanção como “inaceitável” e destacando que “a motivação política das medidas contra o Brasil atenta contra a soberania nacional e a relação histórica entre os países”.

Tarifa de Trump é oficializada, mas com moderação

Enquanto isso, o governo dos Estados Unidos anunciou um aumento de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros exportados, na sua retalição às ações do Brasil. Contudo, a medida foi desidratada em relação à proposta original, com a inclusão de várias exceções, como suco de laranja, combustíveis, veículos, aeronaves civis, metais e madeira.

O decreto assinado pelo ex-presidente Donald Trump mostrou-se mais moderado, com o objetivo de pressionar o Brasil enquanto tenta agradar sua base eleitoral, alinhada ao bolsonarismo. Analistas avaliam que a tensão pode afetar significativamente as exportações brasileiras no segundo semestre.

Posições oficiais: Lula e Mauro Vieira reafirmam soberania

O presidente Lula declarou que as ações norte-americanas representam uma intervenção política e que o Brasil “não se curvará a pressões externas”. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, reforçou o compromisso do país com sua autonomia durante encontro com o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, em Washington: “O Brasil não aceitará ingerência de ninguém.”

Manutenção da Selic em 15% diante do cenário instável

Apesar das tensões diplomáticas, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu manter a taxa básica de juros (Selic) em 15% ao ano, em uma decisão unânime. A postura conservadora busca equilibrar o combate à inflação com a volatilidade do momento político e externo.

Segundo o comunicado do Copom, a decisão visa garantir a trajetória de convergência da inflação à meta, embora adiantem que futuros cortes dependerão da evolução fiscal e da política monetária global. Mercado financeiro comemorou a decisão, destacando a cautela adotada pelo Banco Central frente ao cenário de instabilidade.

Especialistas apontam que o fortalecimento das tensões externas reforça a necessidade de prudência na política monetária, especialmente em um momento de incertezas políticas e econômicas.

Para mais detalhes, acesse o artigo completo em G1.

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