Brasil, 1 de agosto de 2025
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EUA procuram Brasil para negociar tarifa de 50% sobre exportações

Secretaria de Tesouro dos EUA busca diálogo com o Ministério da Fazenda para discutir tarifa de Trump imposta ao Brasil

A Secretaria do Tesouro dos Estados Unidos procurou o Ministério da Fazenda brasileiro para agendar uma reunião para debater o tarifaço imposto pelo governo de Donald Trump contra parte das exportações brasileiras. Ainda não há data definida para o encontro, que será a primeira desde maio, antes do anúncio das tarifas de 50%.

Negociações e pontos de vista

Segundo o ministro Fernando Haddad, “a assessoria do secretário Bessent fez contato conosco ontem [quarta-feira, 30] e, finalmente, vai agendar uma segunda conversa.” Ele reforçou que a primeira conversa ocorreu em maio, na Califórnia, e que agora ocorrerá uma rodada de negociações, onde o Brasil apresentará sua posição às autoridades americanas.

“Nós estamos em um ponto de partida mais favorável do que se imaginava, mas longe do ponto de chegada. Há muita injustiça nas medidas que foram anunciadas ontem”, declarou Haddad nesta quinta-feira (31).

Exceções e impacto nas exportações

Cerca de 700 produtos ficaram de fora da lista do tarifaço de 50% contra o Brasil. Das exportações brasileiras para os EUA, aproximadamente 43% não foram atingidas pelo aumento de tarifas. No setor mineral, cerca de 25% dos produtos foram taxados.

Haddad destacou que, apesar das exceções, o impacto é significativo para determinados setores. “Há casos que são dramáticos, que deveriam ser considerados imediatamente. Nós vamos lançar parte do nosso plano de apoio às empresas prejudicadas, com linhas de crédito e suporte às indústrias e empregos”, afirmou.

Plano de contingência

O Ministério da Fazenda já prepara medidas para ajudar os setores mais afetados pelas tarifas, incluindo linhas de crédito e apoio financeiro. Haddad reforçou a necessidade de proteger principalmente os setores menores e mais frágeis, ressaltando que “o efeito sobre setores pequenos pode ser desproporcional à sua participação na pauta de exportação”.

O ministério acredita que setores de matérias-primas, como commodities, precisarão de tempo para se adaptar, apesar de possuir mercados internacionais diversificados. “Obviamente, setores afetados com commodities têm uma vantagem de mercados, mas ainda assim, a adaptação exige tempo e planejamento caso a caso”, explicou o ministro.

Interferência política e independência do Judiciário

Haddad também reforçou a posição do governo brasileiro quanto à interferência política. “A tentativa de interferir no julgamento de uma tentativa de golpe de Estado no STF não pode fazer parte das negociações, pois o Judiciário é um poder independente”, afirmou. Ele destacou que a perseguição ao ministro Alexandre de Moraes contraria a democracia brasileira.

“Nosso país possui uma das democracias mais amplas do mundo, e o que fazem nos EUA, como a Ordem Executiva de Trump, não deve influenciar nossas relações. É importante esclarecer que a busca por diálogo não pode envolver ataques ao Judiciário”, concluiu Haddad.

Para mais detalhes, acesse o link da agência Brasil.

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