Os Estados Unidos arrecadaram mais de US$ 87 bilhões em tarifas durante o primeiro semestre de 2025, superando os US$ 79 bilhões arrecadados em todo o ano de 2024, conforme dados do Departamento do Tesouro dos EUA. A forte arrecadação ocorre em meio a uma política comercial agressiva adotada pelo presidente Donald Trump, que reestabeleceu tarifas elevadas sobre importações de diversos países.
Tarifas elevadas e estratégia comercial de Trump
Desde que reassumiu o cargo em janeiro, Trump implementou tarifas generalizadas de 10% sobre produtos importados de aliados e adversários, com previsão de aumento para dezenas de países a partir de 1º de agosto. A intenção é estimular a indústria nacional e diminuir o déficit comercial, embora essa política tenha gerado preocupações internacionais.
A partir de 1º de agosto, tarifas entre 20% e 50% serão aplicadas sobre produtos importados de países como Brasil, China, União Europeia, Japão, entre outros. Segundo Donald Trump, a medida visa proteger setores estratégicos, como aço, alumínio e automóveis, além de equilibrar a balança comercial.
Lista de países e tarifas impostas por Trump
Até o momento, o governo norte-americano enviou 25 notificações de tarifa, sendo o Brasil o maior destinatário, com tarifa de 50%. A lista inclui também Laos, Myanmar, Tailândia, Bangladesh, Canadá, Sérvia, Indonésia, África do Sul, União Europeia, Japão, Coreia do Sul, Malásia, entre outros. A maioria dessas notificações estipula taxas entre 20% e 36%, com exceções específicas.
Tarifa adicional para o Brasil e lista de exceções
Nesta quarta-feira (30), Trump assinou uma ordem executiva que impõe uma tarifa adicional de 40% sobre produtos brasileiros, elevando a tarifa total para 50%. A medida entra em vigor em 6 de agosto e acompanha uma extensa lista de exceções, com cerca de 700 itens isentos da sobretaxa. Entre os produtos isentos estão combustíveis, veículos, metais e produtos agrícolas como suco de laranja.
A Casa Branca justifica a medida como uma resposta a ações do Brasil considerada uma ameaça à segurança nacional, à política externa e à economia dos EUA. Segundo o decreto, decisões do governo brasileiro, envolvendo perseguição política e censura a opositores, como o ex-presidente Jair Bolsonaro e o ministro Alexandre de Moraes, foram citadas como motivos para essa escalada de tarifas.
Repercussões políticas e econômicas
O governo dos EUA acusa o Brasil de violações de direitos humanos e de atuações que prejudicam empresas americanas, além de caracterizar ações judiciais e perseguições políticas contra apoiadores de Bolsonaro como abusos graves. O decreto também cita o caso do blogueiro Paulo Figueiredo, residente nos EUA, como exemplo de ataque à liberdade de expressão.
De acordo com a Casa Branca, a medida visa proteger empresários e cidadãos americanos de “extorsões, perseguições políticas e censura”. A imposição de sobretaxas faz parte de uma estratégia mais ampla de Trump para fortalecer a economia norte-americana em meio a tensões comerciais globais.
Perspectivas e próximos passos
A expectativa é que a implementação das tarifas cause impacto nas relações comerciais internacionais, especialmente com os países da lista de exceções. A administração americana anunciou ainda que continuará negociando com as nações afetadas para evitar a aplicação definitiva das tarifas ou ajustar as listas de exceções. O impacto na economia brasileira e nas exportações ainda é uma questão de alerta para setores interessados.