Brasil, 31 de julho de 2025
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EUA aplicam sanções à Moraes pela Lei Magnitsky

O governo dos EUA sancionou o ministro Alexandre de Moraes, destacando tensões entre os países e a controversa aplicação da Lei Magnitsky.

Na quarta-feira, o governo dos Estados Unidos anunciou a aplicação da Lei Magnitsky, um dos instrumentos de sanções econômicas mais severos, contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, o que o torna o primeiro brasileiro a ser alvo direto dessa norma. Essa sanção acontece em meio a uma escalada de tensões entre a administração de Donald Trump e os poderes Executivo e Judiciário do Brasil. Segundo especialistas, a medida suscita debates sobre a sua legitimidade e impacto nas relações entre os dois países.

O que é a Lei Magnitsky?

A Lei Magnitsky foi promulgada em 2012 pelo então presidente americano Barack Obama como uma resposta ao assassinato do advogado russo Sergei Magnitsky, que criticou o regime de Vladimir Putin. Originalmente, seu objetivo era punir os responsáveis pelos direitos humanos na Rússia; no entanto, em 2016, a norma foi ampliada para permitir que os EUA sancionassem indivíduos ao redor do mundo por violações de direitos humanos ou corrupção, sem a necessidade de uma condenação formal.

Impactos das Sanções

As sanções da Lei Magnitsky incluem a proibição de entrada nos Estados Unidos e o bloqueio de bens e ativos. Para Moraes, a ação já restringiu seu visto e impede qualquer transação financeira que envolva o sistema bancário estadunidense. Isso inclui a proibição de operações em contas bancárias, investimentos e até mesmo o uso de cartões de crédito internacionais, além de potenciais bloqueios de contas em redes sociais e serviços digitais de empresas que têm sede nos EUA, como Google e Microsoft.

As justificativas do governo americano

Os EUA justificaram as sanções alegando que as ações de Moraes violaram a liberdade de expressão. Especificamente, as acusações incluem a proibição do acesso à plataforma Rumble, que desrespeitou uma decisão da Corte. O secretário do Tesouro, Scott Bessent, destacou que Moraes utilizou sua posição para “censurar e perseguir” opositores, referindo-se às medidas de restrição que afetaram, inclusive, o ex-presidente Jair Bolsonaro.

A Legitimidade das Acusações

Contudo, a aplicação da Lei Magnitsky a Moraes é considerada controversa, uma vez que suas decisões judiciais refletem o funcionamento de um Judiciário independente em uma democracia reconhecida. O STF se manifestou em defesa do ministro, afirmando que todas as decisões tomadas por Moraes foram ratificadas pelo tribunal e que cabe à Justiça brasileira avaliar os crimes que atentam contra a democracia.

Reações e Implicações

As sanções levantaram questionamentos sobre a capacidade de um governo estrangeiro de interferir em uma jurisdição nacional, especialmente em casos onde não há provas de corrupção. O financista Bill Browder, um dos principais defensores da Lei Magnitsky, expressou dúvidas sobre a inclusão de Moraes, argumentando que ele não se encaixa no perfil de violador de direitos humanos que a lei originalmente pretendia punir.

Histórico de Aplicação da Lei Magnitsky

A Lei Magnitsky já foi aplicada a mais de 650 indivíduos em todo o mundo, a maioria deles de regimes autoritários ou híbridos. Com a inclusão de Moraes, os Estados Unidos enviam uma mensagem forte, mas também correm o risco de complicar as relações diplomáticas com o Brasil, um país que, segundo análises internacionais, se posiciona como uma democracia com instituições sólidas.

À medida que o governo Trump intensifica suas sanções e tarifas contra o Brasil, a inclusão de Moraes na lista da Lei Magnitsky pode ser um reflexo da mudança de política externa dos EUA, um cenário que exigirá vigilância contínua e diplomacia cuidadosa para evitar um aprofundamento da crise entre os dois países.

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