Brasil, 1 de agosto de 2025
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Déficit primário do setor público atinge R$ 47,1 bilhões em junho

Contas do governo fecham o mês com pior resultado para junho desde 2023, refletindo desafios fiscais e impacto na dívida pública

As contas do setor público consolidado tiveram um déficit primário de R$ 47,1 bilhões em junho deste ano, informou o Banco Central nesta quinta-feira (31). O resultado, que não inclui os pagamentos de juros da dívida, representa uma piora em relação ao mesmo mês de 2024, mas uma melhora em relação a junho do ano passado.

Desempenho das contas em junho

Segundo o Banco Central, o déficit de junho foi o pior registrado desde 2023, quando houve um saldo negativo de R$ 48,9 bilhões. Para este mês, a arrecadação com tributos ficou aquém das despesas do governo, que tiveram destaque na somatória do setor público.

O governo federal apresentou saldo negativo de R$ 43,5 bilhões, enquanto estados e municípios tiveram um déficit de R$ 954 milhões. As empresas estatais, por sua vez, registraram um déficit de R$ 2,61 bilhões.

Primeiro semestre e evolução das contas públicas

No acumulado dos seis primeiros meses de 2025, as contas do setor público apresentaram um superávit primário de R$ 22 bilhões, equivalente a 0,36% do Produto Interno Bruto (PIB). Essa melhora em relação ao mesmo período de 2024, que teve saldo negativo de R$ 43,5 bilhões (0,77% do PIB), reflete a redução de despesas e a gestão dos precatórios.

O resultado do governo federal, incluindo despesas com juros, foi negativo em R$ 12,3 bilhões na parcial de 2025, frente ao déficit de R$ 70,6 bilhões no mesmo período do ano passado. A redução dos pagamentos de precatórios, que totalizaram R$ 31,4 bilhões pelo governo federal em 2024, contribuiu para essa melhora.

Impacto dos juros e a dívida pública

Quando são considerados os juros da dívida pública — no conceito conhecido como resultado nominal — o déficit de junho sobe para R$ 108,1 bilhões. No acumulado de doze meses até junho, o déficit atingiu R$ 894 bilhões, o equivalente a 7,3% do PIB, indicador que preocupa as agências de classificação de risco.

As despesas com juros nominais somaram R$ 912 bilhões nos últimos doze meses, representando 7,45% do PIB, refletindo o impacto das atuações do Banco Central no câmbio e na taxa Selic para conter a inflação.

Dívida pública e futuros desafios

A dívida do setor público consolidado fechou junho em 76,6% do PIB, ou R$ 9,38 trilhões, com uma alta de 0,5 ponto percentual em relação ao mês anterior. Enquanto o Banco Central calcula a dívida no formato brasileiro, o Fundo Monetário Internacional (FMI) estima que essa proporção seja de 89,9% do PIB, considerando os títulos públicos sob sua análise.

Para tentar conter o crescimento da dívida, o governo criou, em 2023, o arcabouço fiscal, que estabelece limites para o aumento de despesas e busca sustentabilidade fiscal. Contudo, especialistas alertam que, sem cortes mais agressivos de despesas, essas regras podem se tornar insustentáveis futuramente, levando a uma expansão maior da dívida e ao aumento das taxas de juros cobradas na economia.

Perspectivas futuras

Estimativas do mercado financeiro apontam que a dívida pública brasileira deve atingir 93,5% do PIB em 2034, próximo do nível europeu, o que exige atenção às políticas fiscais do país. A meta do governo para 2025 é zerar o déficit das contas públicas, mas o cumprimento dessa meta depende de ajustes e do controle nos gastos e na gestão da dívida.

O desafio de equilibrar as contas e manter a sustentabilidade fiscal permanece, especialmente diante do crescimento da dívida e dos efeitos das turbulências econômicas globais.

Para mais detalhes, acesse a matéria completa no g1.

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