A reunião prevista para a próxima quarta-feira ganhou destaque devido às tensões entre o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), o Ministério Público Federal (MPF) e a Justiça, que apontam para uma possível investigação por desobediência. No centro do debate está a venda parcial da participação da CSN na Usiminas, que não cumpriu integralmente a decisão do órgão de 2014, mas acrescentou um novo ator ao cenário.
Venda parcial e a disputa societária
Nesta quinta-feira, a venda de parte das ações da CSN na Usiminas foi realizada para a Globe Investimentos S.A., ligada ao grupo J&F, controlado pela família Batista, proprietária da JBS. Apesar de não atender totalmente à decisão do Cade de limitar a participação a 4,99%, a transação acrescenta complexidade ao conflito externo entre os interesses dos Batista e a disputa entre Steinbruch e a Ternium, controladora da Usiminas.
Implicações legais e o papel do Cade
A decisão do Tribunal Regional Federal da 6ª Região (TRF-6) de solicitar ao Cade o cumprimento das regras de 2014 reacendeu a crise. Apesar de o órgão ter concedido 60 dias para a CSN apresentar um plano de venda, a desembargadora Mônica Sifuentes considerou a medida insuficiente, alertando os conselheiros sobre a possibilidade de responsabilização pela omissão. Desde então, a mudança na presidência do Cade, com a saída de Alexandre Cordeiro e a entrada temporária do conselheiro Gustavo Augusto, reforça o clima de instabilidade institucional.
Impacto na estratégia dos Batista e o cenário econômico
Embora as intenções dos Batista continuem veladas, o grupo tem direcionado investimentos à mineração, por meio da Lhg Mining, além de manter uma atuação relevante no setor agrícola e industrial. A disputa pela participação na Usiminas, apontada como uma das maiores do país atualmente, envolve interesses estratégicos de controle de uma das maiores siderúrgicas brasileiras.
Perspectivas futuras
Com a continuidade das pressões judiciais e o prazo de 60 dias concedido pelo TRF-6, o futuro da participação dos Batista na Usiminas permanece incerto. A próxima reunião do Cade, agendada para a semana que vem, será crucial para definir os próximos passos, incluindo possíveis sanções e orientações para regularização do procedimento.
A questão reforça o ambiente de instabilidade e o desafio de equilibrar interesses econômicos e legais no setor de mineração e siderurgia brasileiro, diante de uma fiscalização cada vez mais rigorosa.
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