A situação na capital angolana, Luanda, se tornou crítica após os recentes episódios de violência ocorridos nos dias 28 e 29 de Julho. A causa dos distúrbios está relacionada a uma greve dos taxistas, que protestam contra o aumento dos preços dos combustíveis, trazendo à tona questões sociais urgentes e amplamente debatidas no país. A Comissão Episcopal de Justiça e Paz e Integridade da Criação da CEAST expressou sua profunda preocupação com os eventos e fez um apelo à população para que evitem a violência e promovam a paz.
Apelo à paz e à reflexão
Em uma nota oficial, a CEAST convocou todos os cidadãos, independentemente de suas crenças ou convicções, a se absterem de participar em atos de violência, pilhagem e incitação ao ódio. O Secretário-geral da comissão, Padre Celestino Epalanga, enfatizou a importância de respeitar a vida e os direitos dos outros, pedindo especificamente que os fiéis de todas as religiões, em particular os cristãos, não se envolvam em ações que vão de encontro aos princípios éticos e morais.
“Pedimos aos fiéis de todas as religiões e, sobretudo, aos que professam a fé cristã, que não participem destes atos abomináveis aos olhos de Deus e dos Homens. Neste momento de dor, o nosso apelo vai para todos os cidadãos; não ataquem os serviços médicos, os bancos, os supermercados e permitam que aqueles responsáveis pela manutenção dos serviços essenciais circulem para minimizar perdas”, destacou Epalanga.
Cidadãos e redes sociais
A CEAST também se dirigiu aos usuários das redes sociais, lembrando da responsabilidade que cada um carrega ao compartilhar informações. A comissão pediu cautela e reflexão sobre o que é publicado online, ressaltando que mensagens insidiosas podem agravar ainda mais a situação e estimular a violência.
“Dito isso, queremos disseminar mensagens de tolerância e não-violência. A paralisação e o direito à manifestação pacífica são legítimos, mas a violência não. Todos os cristãos das nossas comunidades devem observar, sempre que possível, momentos de oração, pedindo ao Santíssimo Sacramento o dom da paz”, completou a nota.
A importância de momentos de oração
Nessa hora de grande angústia que vive o povo angolano, a CEAST sugere a criação de momentos de reflexão e oração em comunidade, para fortalecer laços e buscar a reconciliação. O apelo à paz se baseia na intercessão do Santíssimo e Imaculado Coração de Maria, que é lembrada como Padroeira de Angola e Rainha da Paz.
Angola, um país com uma história marcada por conflitos e tensões, enfrenta agora um desafio adicional. A combinação de questões sociais complexas, como o aumento do custo de vida e as insatisfações populares, mostra que é essencial promover o diálogo e a compreensão mútua, a fim de evitar que situações como essa se tornem comuns no futuro.
Desenvolvimento social e diálogo
O apelo da CEAST não serve apenas como um aviso contra a violência, mas também como um convite à reflexão sobre como a sociedade angolana pode lidar com suas dificuldades de forma pacífica. A promoção do diálogo entre as autoridades e a população se torna mais urgente do que nunca, com vistas a encontrar soluções que atendam às reais necessidades dos cidadãos.
Os recentes acontecimentos em Luanda são um lembrete da necessidade de um forte compromisso com a justiça social, que deve ser o alicerce do desenvolvimento da nação. Por consequência, é necessário que tanto líderes quanto cidadãos se unam em prol de um futuro mais pacífico e justo, onde a violência não seja vista como uma solução, mas sim como um caminho a ser evitado.
As vozes que clamam por paz são fundamentais neste momento, e a CEAST se posiciona como uma importante ponte entre a espiritualidade e as questões sociais, incentivando a promoção de um ambiente onde o respeito e a dignidade de cada indivíduo sejam assegurados.
Direcionar esforços em prol da paz, da justiça e da garantia dos direitos humanos deve ser uma prioridade, não apenas em tempos de crise, mas em todas as épocas, para que o país possa realmente se transformar em um espaço de acolhimento e esperança para todos os seus cidadãos.