Na tarde de quinta-feira (31), a Marinha do Brasil emitiu um novo alerta de ressaca para o litoral fluminense, estendendo a advertência inicial divulgada na terça-feira (29). O aviso original indicava a possibilidade de ondas de até 3,5 metros na costa do Rio de Janeiro até as 21h do mesmo dia. No entanto, as condições do mar permanecerão agitadas pelo menos até às 9h de sexta-feira (1º), com ondas que podem atingir 2,5 metros entre a capital e Arraial do Cabo.
Medidas de segurança e restrições de navegação
Com a intensificação dos ventos e do estado do mar, a Capitania dos Portos do Rio de Janeiro decidiu “fechar” a saída da baía de Guanabara para embarcações de todos os tipos, incluindo pesca e transporte de passageiros. Essa restrição visa garantir a segurança da navegação e salvaguardar vidas humanas no mar, além de prevenir a poluição hídrica. O capitão dos Portos declarou a impraticabilidade total das navegações e alertou que a medida se aplica também às baías de Sepetiba e da Ilha Grande.
Aqueles que desrespeitarem a portaria poderão sofrer severas consequências, incluindo a revogação da licença para pilotar, prisão ou a aplicação de multas que podem chegar a R$ 3,2 mil.
Impactos na rotina e economia local
A situação também teve repercussões diretas na economia local. A Colônia de Pescadores Z13, localizada em Copacabana, que normalmente mantém um posto de venda de peixes no Posto 6, se viu com suas gôndolas vazias na quinta-feira, pois nenhum barqueiro se arriscou a sair ao mar sob essas condições adversas.
Além disso, a Avenida Delfim Moreira, que passa pela Praia do Leblon, chegou a ser fechada durante a madrugada devido à passagem das ondas que invadiram as pistas e chegaram até a danificar a estrutura de prédios e quiosques na área. A Comlurb registrou a remoção de 46 caminhões de areia que foram trazidos para as ruas pela força das ondas. Apesar disso, a prefeitura decidiu reabrir a avenida na manhã seguinte, uma vez que a situação se estabilizou um pouco.
Condições climáticas em outras áreas
Na Zona Oeste do Rio, parte da comunidade de Rio das Pedras sofreu alagamentos. Apesar de não haver chuvas fortes durante a madrugada, a combinação da ressaca com a maré alta resultou em inundações nas ruas, fazendo com que moradores enfrentassem dificuldades ao saírem de casa. O mesmo fenômeno de água acumulada foi reportado em outras localidades nas imediações, como a Lagoa da Tijuca, que teve suas águas direcionadas para a favela.
Estragos em Arraial do Cabo
O fenômeno da ressaca também teve efeitos dramáticos em Arraial do Cabo, onde parte do Deck dos Pescadores, um famoso ponto turístico, foi destruída. A perda de algumas embarcações também foi reportada. O local, gerido pelos próprios pescadores, dependerá de um mutirão de voluntários para a sua reconstrução, uma vez que a prefeitura não se manifestou sobre o caso.
Previsão do tempo e próximos dias
Com o sistema de alta pressão se movendo em direção ao mar, a previsão para o Grande Rio e a Região dos Lagos aponta para possibilidade de chuvas fracas na manhã seguinte. Por outro lado, os municípios distantes da costa poderão enfrentar um clima mais seco, com umidade relativa do ar abaixo de 30% à tarde, especialmente na divisa com Minas Gerais.
O frio continuará, com temperaturas que não devem ultrapassar 22°C à tarde na capital. Na sexta-feira (1º), o sol deve predominar durante o dia, mas as madrugadas ainda devem ser frias. Embora o mar continue agitado, a expectativa é de que as ondas passem de 2 metros, com ventos fracos a moderados, incluindo rajadas de até 50 km/h.
Nos dias seguintes, pelo menos até a segunda-feira (4), não há previsão de chuva e o sol deve dominar, com as temperaturas aumentando, podendo atingir os 30°C no domingo e 31°C na segunda-feira.
Ressalta-se, portanto, a importância da cautela por parte dos navegadores e das autoridades para garantir a segurança de todos neste período de condições climáticas adversas.
