Brasil, 31 de julho de 2025
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Aumenta o número de feridos em acidentes de moto no Rio

O Rio de Janeiro vê crescentes índices de acidentados em motocicletas, com 80 feridos diários atendidos em hospitais municipais.

O trânsito no Rio de Janeiro enfrenta um desafio crescente com o aumento do número de motociclistas, que, por consequência, resulta em um alarmante número de acidentes. No primeiro semestre de 2025, os hospitais municipais atendem, em média, 80 vítimas de acidentes de moto por dia, totalizando 14.497 atendimentos até agora. Essa situação é um reflexo direto do explosivo crescimento da circulação de motos na cidade.

Crescimento da frota de motocicletas

De acordo com dados do Detran-RJ, em 2024, foram emplacadas 135.741 motocicletas, o que representa um aumento de 20% em comparação ao ano anterior. O cenário continua a se agravar: apenas no primeiro semestre de 2025, mais de 70 mil novas motocicletas foram registradas. Essa explosão no número de motocicletas está intrinsecamente ligada ao aumento de entregadores e usuários de aplicativos de transporte, além de políticas de financiamento acessíveis para a aquisição desses veículos.

Acidentes e segurança no trânsito

A prefeitura do Rio de Janeiro revela que cerca de 70% dos acidentes de trânsito na cidade envolvem motociclistas. O motociclista Anderson de Souza Cruz expressa sua indignação com a situação: “O trânsito é muito agressivo, muito mesmo. Muito caos. As pessoas não conseguem ter tranquilidade, olhar nos retrovisores, fazer ultrapassagens da forma correta. Falta de sinalização, tanto das vias como dos condutores.”

Medidas da prefeitura e desafios para a segurança

Em resposta ao crescente número de acidentes, a prefeitura anunciou, em maio, um plano de segurança viária que previa medidas como:

  • Limitação da velocidade de motocicletas a 60 km/h em toda a cidade.
  • Proibição da circulação de motos nas pistas centrais de importantes avenidas, como a Presidente Vargas, a Av. das Américas e a Av. Brasil, acompanhada de fiscalização eletrônica.

No entanto, menos de duas semanas após o anúncio, o prefeito Eduardo Paes recuou das medidas após reuniões com representantes de motociclistas. Desde então, as propostas estão sendo revisadas, e novas diretrizes ainda não têm data para serem implantadas.

Promessas não cumpridas e a realidade nas ruas

Outro compromisso anunciando foi a criação de 50 km de motofaixas, uma antiga demanda dos motociclistas que ainda aguarda implementação. Leonardo da Conceição, um motociclista que ficou afastado por seis meses devido a um acidente, clama por ações práticas: “Falta faixa pra gente poder trabalhar com segurança. Vai melhorar pra todo mundo.”

Impacto nos hospitais e internações prolongadas

Com o aumento de acidentes, os hospitais da cidade estão enfrentando grandes desafios. O Hospital Lourenço Jorge, situado na Barra da Tijuca, que é referência em traumas, recebe quase 20 motociclistas em média por dia, representando mais de 90% das emergências ortopédicas. O diretor da unidade, Bruno Guimarães, destaca a gravidade do acolhimento: “São fraturas, lesões graves, múltiplas cirurgias e longas internações. Muitos ocupam leitos por meses.”

José Augusto, de 25 anos, é um dos pacientes internados, já tendo passado por seis cirurgias após um acidente. Ele descreve sua luta pela recuperação: “Estar preso numa cama não é bom. Quero me recuperar, fazer fisioterapia e voltar pra rua. A dica é prestar atenção, principalmente no sinal vermelho.”

Maciel Gonçalves, que também se recupera em um hospital após colidir com um caminhão enquanto voltava do trabalho, ressalta a importância de estar com sua família: “Agora é tentar voltar logo, tenho filhas, esposa, preciso estar com elas.”

A crescente tragédia dos acidentes de moto no Rio de Janeiro demanda uma resposta rápida e eficiente de todos os envolvidos, incluindo governantes, motociclistas e a sociedade em geral, para que possamos garantir um trânsito mais seguro nas ruas cariocas.

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