Brasil, 1 de agosto de 2025
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Alckmin promete plano para preservar empregos diante do tarifaço dos EUA

Governo prepara medidas de negociação, apoio financeiro e qualificação profissional para mitigar impactos do aumento de tarifas americanas

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, garantiu nesta quinta-feira (31) que o governo já está finalizando um plano para proteger empregos e setores afetados pelo aumento das tarifas dos Estados Unidos, que entram em vigor em 6 de agosto. A medida, assinada pelo presidente Donald Trump, eleva os impostos de exportação brasileiros para 50%, impactando setores como café, carne bovina, frutas, pescado e mel.

Setores vulneráveis e estratégias de defesa

Alckmin explicou que os efeitos do tarifaço variam conforme a dependência de cada setor no mercado americano. Entre os mais afetados, estão o cafeeiro, que emprega cerca de dois milhões de brasileiros, e o setor de frutas, quase totalmente incluídas na tarifa, exceto pelo suco de laranja. Para evitar demissões, o governo planeja negociações com autoridades americanas, busca de novos mercados e apoio financeiro, tributário e creditício aos setores impactados.

Medidas para reduzir os efeitos do aumento tarifário

Segundo o ministro, um mapeamento detalhado está sendo realizado para identificar o grau de exposição de cada setor, permitindo ações específicas. Alckmin também destacou oportunidades na crise, como setores com falta de mão de obra, defendendo a aceleração de programas de qualificação profissional para reinserir trabalhadores no mercado.

Impactos nos preços e na segurança alimentar

Sobre os preços dos alimentos, Alckmin apresentou otimismo. Produtos como arroz, feijão, óleo de soja e algumas frutas já apresentam queda devido à valorização do real e à safra agrícola recorde. Ele explicou que quando a safra aumenta, os preços caem e, quando diminui, sobem.

Quanto aos alimentos afetados pelo tarifaço, há previsão de redução de preços no mercado interno, pois parte da produção que seria exportada será direcionada ao consumo doméstico, afirmou. No entanto, Alckmin reconheceu o risco de inviabilidade de algumas produções e lembrou que o Brasil já abriu quase 400 novos mercados para seus produtos agrícolas, reforçando sua segurança alimentar.

Medicação e o impacto no setor farmacêutico

Sobre o aumento nos preços de medicamentos importados dos EUA, o ministro tranquilizou ao afirmar que o Sistema Único de Saúde (SUS) garante acesso gratuito a medicamentos essenciais. Ele também destacou a ampliação do programa Farmácia Popular, que oferece remédios sem custo ou com desconto, e que a entrada de genéricos, devido à expiração de patentes, deve ajudar a baratear os remédios.

Medidas emergenciais e negociações em andamento

Reafirmando o compromisso com o equilíbrio fiscal, Alckmin mencionou que há espaço para ações emergenciais, como exceções no cálculo do déficit primário em casos de desastres, além do programa “Acredita Exportação”, que concederá créditos tributários a micro e pequenas empresas que aumentarem suas exportações.

As negociações com os Estados Unidos ainda estão no começo. O ministro destacou que o trabalho deve continuar com setor privado, câmaras de comércio e governo americano, em uma tentativa de evitar perdas maiores para o país.

A decisão do tarifaço e suas justificativas

A medida foi tomada por Trump sob alegação de que o Brasil ameaça a segurança nacional, a economia e a política externa dos EUA, além de criticar a repressão política a apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro e práticas que supostamente violam direitos humanos. A ordem também cancelou vistos de autoridades brasileiras relacionadas ao Supremo Tribunal Federal.

Alckmin enfatizou que o governo brasileiro não aceitará passivamente a medida e que trabalhará intensamente na busca por uma solução negociada para mitigar os efeitos. “Agora acelera a negociação”, afirmou, reforçando a postura de diálogo e resistência do Brasil frente às tarifas impostas.

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