O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), declarou nesta quinta-feira (31) que as tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros representam um cenário de ‘perda-perde’ para ambos os lados. A afirmativa foi feita em entrevista ao programa Mais Você, da TV Globo.
Tarifas e impacto na relação comercial Brasil–EUA
Alckmin ressaltou que, na década de 1980, o Brasil importava cerca de 24% de seus produtos dos Estados Unidos. Atualmente, esse índice caiu para 12%, ou seja, metade, mas o ministro reforçou que a relação comercial ainda é importante para o país. “Diversificar mercados é importante, mas nós queremos aumentar o comércio com os Estados Unidos”, afirmou, acrescentando que o Brasil se sente “injustiçado” pelo atual cenário de tarifas.
“Vamos sair do perde-perde e buscar um ganha-ganha”, afirmou Geraldo Alckmin, deixando claro que o governo brasileiro está aberto ao diálogo, em busca de uma negociação com Washington. Segundo ele, o presidente Lula está à disposição para conversar “ontem mesmo”, e que o Brasil vem trabalhando para resolver a questão.
Medidas para proteger empregos
Questionado sobre ações do governo para evitar demissões em setores atingidos pelo tarifaço, Alckmin detalhou um plano de três etapas. “Primeiro, vamos lutar para diminuir o impacto da tarifa nos setores que foram efetivamente atingidos, que representam 35,9% das exportações”, explicou. “A negociação não está encerrada”, completou.
Na sequência, o governo buscará alternativas de mercados externos para esses produtos e, por último, apoiará os setores mais prejudicados, como o de pescado, mel, frutas, carne bovina e a indústria, que, segundo o ministro, é a mais difícil de readequar por ser altamente focada em um único mercado.
Enfrentando o desafio com diálogo e estratégias
Geraldo Alckmin destacou que o Brasil está empenhado em manter o diálogo com os Estados Unidos e que o governo trabalha para encontrar soluções que minimizem os efeitos do tarifazo. Ele reforçou que o problema não foi criado pelo Brasil, mas que a prioridade é buscar uma resolução para o impasse.
A matéria está em atualização e novas informações podem ser divulgadas em breve, conforme os desdobramentos dessa negociação.