Brasil, 31 de julho de 2025
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Vandalismo em Luanda deixa quatro mortos e mais de 500 detidos

O protesto dos taxistas contra o aumento dos preços dos combustíveis gera onda de vandalismo em Luanda, com lojas saqueadas e mortes.

A cidade de Luanda, capital de Angola, vivenciou uma intensa onda de vandalismo que resultou em quatro mortes e mais de 500 detidos. Os atos de violência começaram na segunda-feira, 28 de julho, após o anúncio de greve dos taxistas, conhecidos como “azuis e brancos”, em protesto contra o aumento dos preços dos combustíveis.

A origem do conflito

Os taxistas decidiram paralisar suas atividades nos dias 28, 29 e 30 de julho como forma de protesto contra o aumento dos custos de combustível. Essa paralisação, no entanto, foi rapidamente aproveitada por alguns indivíduos que iniciaram saques e atos de vandalismo em estabelecimentos comerciais da região. Em um depoimento, a cidadã Celma Troco descreveu a cena de destruição que se desenrolou em seu bairro.

Reação das autoridades

As forças de defesa e segurança foram acionadas para combater o vandalismo em Luanda. De acordo com o sub-comissário Mateus de Lemos Rodrigues, porta-voz da Polícia Nacional, diversos disparos foram efetuados e a situação está sendo controlada. O balanço até o momento mostra a trágica perda de quatro vidas e a detenção de mais de 500 indivíduos.

Consequências do vandalismo

Os dados preliminares indicam que pelo menos 45 lojas foram vandalizadas, além de agências bancárias, autocarros e veículos particulares. A onda de vandalismo nos dias 28 e 29 ocorre em um contexto maior de insatisfação popular, que envolveu manifestações anteriores nos dias 19 e 26 de julho devido ao aumento do custo de vida. Essa insatisfação é expressa pelo jurista António Ventura, que pede ao governo angolano que tome medidas compensatórias diante da situação.

Posições políticas e sociais

O MPLA, partido que governa Angola desde a independência em 1975, emitiu uma nota de repúdio exemplarizando que as ações de vandalismo têm como intuito manchar as celebrações dos 50 anos da independência nacional, marcadas para 11 de novembro. Nesse sentido, muitos especialistas, como Luís Jimbo, argumentam que a violência não pode ser considerada uma forma legítima de protesto e pedem à polícia que restabeleça a ordem.

Decisão da Associação Nacional dos Taxistas

Apesar do clima de tensões e da suspensão da greve pela Associação Nacional dos Taxistas (ANATA), os taxistas, em muitos casos, ainda se recusam a retomar a operação, o que reflete a profundidade da crise que enfrenta a classe. O jornalista e economista Carlos Rosado de Carvalho solicitou ao Presidente João Lourenço que promova um diálogo aberto com os principais atores sociais, argumentando que a comunicação é vital para a resolução pacífica da insatisfação social.

A onda de vandalismo em perspectiva

O vandalismo que se abateu sobre Luanda é fruto de um cenário econômico desafiador que a população enfrenta, exacerbado por medidas que não atendem às expectativas da sociedade. À medida que as tensões sociais se acumulam, a necessidade de um diálogo eficaz e de políticas públicas que atendam às necessidades dos cidadãos se torna imperativa para evitar novas crises.

O país aguarda agora a resposta das autoridades e a capacidade do governo em lidar com essa situação delicada, que não apenas clama por soluções imediatas, mas também exige uma reformulação profunda nas relações sociais e econômicas em Angola.

Por fim, permanece a expectativa de que a violência não se torne um mecanismo de reivindicação, destacando a importância do diálogo e da paz na busca por melhorias nas condições de vida da população angolana.

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